Déficit habitacional no Brasil é agravado em mais de 6 milhões de domicílios

Financiamento habitacional concedido pelos bancos é a forma mais fácil de conseguir o objetivo da casa própria.

Postado em: 05-10-2017 às 10h10
Por: Victor Pimenta
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Financiamento habitacional concedido pelos bancos é a forma mais fácil de conseguir o objetivo da casa própria.

O levantamento Déficit Habitacional no Brasil, realizado pela
Fundação João Pinheiro e divulgado esse ano, mostrou uma carência de 6.186.503
milhões de domicílios, o que representa 9,3% dos domicílios particulares
permanentes e improvisados.

Atualmente, o financiamento habitacional concedido pelos
bancos é a forma mais fácil de conseguir o objetivo da casa própria. É uma
possibilidade que se concede ao trabalhador com renda de adquirir o imóvel
pagando parcelas, ao invés de ter de desembolsar valor muito alto para aquisição
de uma casa ou apartamento.

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O vice-presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da
Habitação (ABMH), Wilson César Rascovit, observa que “outro ponto que conta
bastante para facilitar a aquisição da casa própria são programas como o Minha
Casa Minha Vida, que possibilitam famílias de baixa renda adquirir o imóvel com
prestações bem abaixo do valor normal de mercado”.

Contudo, a questão deve ser vista sob uma visão mais ampla,
segundo Wilson César Rascovit. Isso porque hoje há o problema vivido pelas
grandes construtoras do país. “Não se vê mais, atualmente, um cenário favorável
à construção civil nem mesmo uma grande quantidade de imóveis em construção
como se viu nos anos de 2009 a 2014”.

Outro fator que influencia negativamente no mercado são as
medidas tomadas pela Caixa Econômica Federal de elevação da taxa de juros e
redução da parcela financiável. “Em épocas de ouro, chegamos a ter a
possibilidade de financiar 100% do imóvel a uma taxa de juros média de mercado
na casa dos 8% ano. Atualmente, o cenário nesse ponto também é desfavorável,
uma vez que não se financia mais 100% do imóvel e a taxa média de mercado tem
atingido patamares de 10% ao ano. Para imóveis usados, a Caixa financia apenas
50% do valor”, explica o vice-presidente da ABMH.

A união desses fatores afasta o consumidor do mercado
imobiliário, impactando a economia do país e também o desenvolvimento das
atividades das empresas do ramo da construção civil. Wilson acredita que, para ocorrer
uma mudança de cenário e o mercado volte a aquecer, é necessária uma ação em
conjunto das empresas e do governo.

Por parte do governo, o vice-presidente da ABMH diz que cabe
um maior incentivo à construção civil, concessão de benefícios fiscais, se
possível, tentativa de manutenção de uma situação mais controlada da economia,
em especial no que diz respeito aos preços dos insumos da construção civil.

“Além de facilidade na aquisição do financiamento
habitacional pela população, principalmente no que se refere às condições do
contrato. Pelas construtoras, cabe repassar ao consumidor todo benefício
concedido pelo governo, praticar preços justos, entregar os imóveis nas exatas
condições prometidas, em especial quanto ao prazo de entrega da unidade”,
explica. 

Foto: Reprodução

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