Registrados mais de 1.300 casos de coqueluche no Brasil em 2016

Mais de 50% dos casos da doença em bebês menores de um ano podem implicar em hospitalização

Postado em: 05-10-2017 às 10h40
Por: Victor Pimenta
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Mais de 50% dos casos da doença em bebês menores de um ano podem implicar em hospitalização

Os últimos surtos de coqueluche têm deixado mães, pacientes e
especialistas em alerta. Apesar de ser uma doença já conhecida e com proteção
por vacinação disponível há muitos anos, estima-se que nos Estados Unidos mais
de 2/3 dos bebês de até 12 meses com coqueluche necessitam de hospitalização. No
Brasil, o Ministério da Saúde reportou, em 2015, taxas de letalidade elevadas,
de 2,8%, em bebês menores de 2 meses de idade.

Dos lactentes menores de seis meses e hospitalizados, 61%
podem sofrer apneia, 23% desenvolvem pneumonia e 1% convulsões. Entre os casos
de coqueluche em menores de dois meses de idade, aproximadamente 1% dos bebês
falecem. Além das consequências em bebês, o Chefe do Departamento de Pediatria
da Faculdade de Ciências Médicas da Escola de Medicina Santa Casa de São Paulo,
Marco Aurélio Sáfadi, alerta que “engana-se quem pensa que para os adultos a
doença não pode ser grave. Adolescentes e adultos, apesar de apresentarem
quadros menos severos de uma maneira geral, também podem ter complicações”.

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Marco Aurélio explica que adolescentes com a doença costumam,
em cerca de 50% dos casos, tossir por pelo menos 10 semanas após o início do
quadro. “Em um estudo envolvendo adultos com coqueluche os autores encontraram
as seguintes taxas de complicações: 33% dos indivíduos apresentaram perda de
peso, 6% síncopes e 4% fraturas de costela1”. Segundo dados do Ministério da
Saúde, em 2016 foram registrados 1.314 casos da doença no Brasil.

“A coqueluche é uma doença infecciosa aguda e transmissível
que compromete o aparelho respiratório e por isso é identificada pela tosse
seca, em crises, características da doença.”, explica Marco Aurélio Sáfadi. O
principal sintoma da coqueluche é a tosse repentina e com tossidas rápidas e
curtas em uma única expiração, além da inspiração profunda do ar com som agudo
semelhante a um guincho. Vômitos pós-tosse, apneia e engasgo também são
presentes em alguns pacientes com a doença.

Para evitar o contágio e a transmissão, é
preciso entender o ciclo da doença e a forma de prevenção. A bactéria permanece
incubada de 5 a 10 dias e depois se iniciam os sintomas. A partir de então, por
até três semanas, é que há a possibilidade de transmissão. A doença é
prevenível por vacinação.  

Foto: Reprodução

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