Corpos serão identificados por exame de DNA

Acidente aconteceu por volta das 20h do último sábado. Ao todo, foram quatro mortos e oito pessoas feridas sem gravidade

Postado em: 10-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Acidente aconteceu por volta das 20h do último sábado. Ao todo, foram quatro mortos e oito pessoas feridas sem gravidade

Marcus Vinícius Beck*

Um dos trechos mais perigosos do país foi palco de tragédia mais uma vez. Quatro pessoas morreram no último sábado (7) na BR-153 em acidente que envolveu nove carros. A colisão aconteceu em Mara Rosa, no norte de Goiás, de acordo com informações do Instituto Médico Legal (IML) de Uruaçu. Segundo o IML, a liberação dos corpos pode demorar até dois meses para sair, em razão da situação em que as vítimas ficaram após a pancada. 

O acidente ocorreu por volta das 20h20 de sábado (7), horário em que a via costuma ser movimentada. Na batida, envolveram-se cinco caminhões, três carretas e um carro de passeio. Após as pancadas, todos os veículos pegaram fogo, gerando quatro mortes e oitos pessoas feridas sem gravidade. Instantes depois da batida, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que a colisão aconteceu devido a uma ultrapassagem irregular. 

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Por conta da colisão, o trecho na altura do km 136 ficou interditado nos dois sentidos por volta das 20h. Às 10h de sábado, veículos voltaram a trafegar pela via parcialmente. Contudo, as pistas só foram liberadas às 16h30 do domingo (8) depois de o incêndio ser contido e os veículos retirados. O engarrafamento chegou a 10km, mas em seguida o trânsito foi liberado. 

Segundo o IML, é preciso fazer o exame de DNA para liberar os corpos, pois eles estão todos carbonizados. Com isso, não há como realizar a coleta de digital e, deste modo, precisa-se extrair amostrar de ossos, o que por si só é complicado. Após procedimento ser efetuado, o material colhido é encaminhado para o Instituto de Criminalística de Goiânia.

Outros trechos da via também foram palco de colisões violentas. Em Estrela do Norte, na região Norte do Estado, três pessoas morreram após acidente que envolveu três veículos BR-153, em setembro deste ano. Na época, a PRF disse que todas as vítimas estavam em carro de passeio, quando sofreram o acidente. 


Concessão

Em agosto, a presidência da República declarou que a concessão da Concessionária de Rodovias Galvão na BR-153, que liga Goiás ao Tocantins, que administrava a via estava caducada. Em leilão realizado ainda no governo Dilma Rousseff, a Queiroz Galvão conseguiu direto de administrar 624,8 quilômetros. Desse montante, pelo menos R$ 5 bilhões deveriam ser investidos na duplicação e modernização da via e, em troca, teria de ser cobrado pedágio, o que até agora não aconteceu. 

A punição, que foi aplicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi a primeira, desde a criação do órgão, em 2001. Conhecida como ‘rodovia da morte’, a concessão foi para a Galvão cujo propósito era investir R$ 4,31 bilhões para duplicar o trecho todo. No entanto, logo em seguida, a empresa se viu no centro de escândalo por conta do percurso da operação Lava-Jato. 

Mesmo sendo trágico, por ser uma das estradas mais movimentadas do Brasil, as seis rodovias cedidas no governo Dilma para empresas privadas enfrentam, em menor ou pior grau, dificuldades para conseguir financiamento e, por conseguinte, levantar financiamento para duplicar a via. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação de Rhudy Crysthian) 

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