Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Uso de máscaras em ambientes abertos deixa de ser obrigatório em Goiânia

Especialistas alertam que o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos, no atual cenário da pandemia, é possível, mas requer certos cuidados.

Postado em: 12-03-2022 às 09h43
Por: Redação
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Especialistas alertam que o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos, no atual cenário da pandemia, é possível, mas requer certos cuidados | Foto: Pedro Pinheiro

Por Ítallo Antkiewicz

O uso de máscaras em ambientes abertos deixa de ser obrigatório em várias localidades do Brasil e no exterior. Em Goiás, a partir da próxima segunda-feira (14), a medida passa a valer para todos municípios. No caso de Goiânia, o prefeito Rogério Cruz enviou à Câmara Municipal, ontem (11), projeto de lei que desobriga o uso de máscaras em ambientes abertos da Capital. Especialistas ressaltam que o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos, no atual cenário da pandemia de Covid-19, é possível, mas requer certos cuidados.

O infectologista Robert Fabian Crespo Rosas, professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo, destaca que a medida deve vir seguida de outras. “Sou favorável, mas se você libera as máscaras em locais abertos, é muito importante também exigir o passaporte da vacina, sobretudo para locais de aglomeração, onde você pode ter uma maior probabilidade de transmissão”, afirma.

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O especialista lembra que nem toda a população está vacinada e que ainda há risco de doenças graves e mortes, especialmente entre as pessoas não vacinadas ou com o esquema primário, de duas doses ou dose única, a depender da fabricante da vacina. O médico ressalta que a variante ômicron, prevalente no País, é altamente transmissível. Por isso, afirma que o uso de máscaras deve continuar sendo exigido em ambientes fechados e com pouca ventilação.

O médico relata um cenário em que o uso de máscaras deverá observar a situação particular das pessoas, como a idade, as condições de saúde e a exposição ao risco. “Provavelmente a gente vai passar de um momento de risco maior para um menor, em que cada um vai ter que individualizar o seu risco e o uso da máscara também serão individualizados, não é só desautorizar o uso de máscara ou assinar um decreto dizendo que a pandemia acabou, pois ainda há situações de risco que exigem o uso contínuo das máscaras”, acredita.

Já o infectologista e professor de Saúde Pública e Epidemiologia do Centro Universitário São Camilo, Sérgio Zanetta, orienta que a população espere ao menos 15 dias para flexibilizar o uso, como precaução pós-Carnaval. “Se é liberado em ambientes com possibilidade de transmissão muito grande, eu acho um pouco arriscado. Não é toda a população com discernimento suficiente para saber em quais ambientes é melhor manter a máscara”, comentou.

Segundo Zanetta, pensando no coletivo, também é recomendável manter o acessório ao visitar locais com pessoas que tenham o sistema imune comprometido, clínicas de vacinação, por exemplo

Para o infectologista Kleber Luz, a liberação é uma medida possível no contexto atual e reforça o efeito positivo da vacinação. No entanto, ainda é importante que as pessoas se atentem ao distanciamento social. “Mais do que ser um local aberto ou fechado, é a proximidade das pessoas. Em distâncias a menos de um metro, por um longo período, a pessoa vai passar para você, porque gotículas permitem a transmissão”, alerta.

Foto: Pedro Pinheiro

Flúvia Amorim recomenda para que as pessoas com comorbidades continuem usando a máscara

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) emitiu nota técnica desobrigando o uso de máscaras em ambientes abertos. Superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Flúvia Amorim explica que cada prefeitura tem autonomia para tomar as suas próprias decisões, mas entende que seguir os direcionamentos da nota é importante. “Ainda é temeroso liberar o uso em qualquer lugar. ”

A superintendente ressalta que a flexibilização não significa que quem ainda se sinta inseguro não possa usar. “Além disso, há a recomendação para que as pessoas com comorbidades continuem usando, também mantemos a recomendação para pessoas com sintomas gripais”. 

Flúvia Amorim destaca que a população precisa completar o esquema vacinal para garantir ainda índice maior de segurança e pontua que antes de alterar ou manter as medidas, cada cidade precisa avaliar o cenário epidemiológico local e os números da vacinação.

A medida, anunciada pelo secretário de estado da Saúde, Ismael Alexandrino, é aplicada nos municípios que tiverem vacinado mais de 75% da população. Segundo o secretário, a mudança está sendo indicada em razão do aumento da taxa de imunização no Estado. Para o titular da pasta e outros representantes de órgãos de saúde, a vacinação influencia diretamente no número de pacientes graves e na quantidade de óbitos.

Nos municípios

Até a última quinta-feira (10), ao menos 152 municípios de Goiás devem ficar aptos a desobrigar as pessoas do uso das máscaras em locais abertos a qualquer momento. Agora, ainda mais com o “aval” do governo, o número deve crescer. 

Além disso, atualmente, segundo a SES-GO, há 89 cidades com mais de 80% da população apta a ser vacinada com o mínimo de duas doses e outras 59 em que este percentual alcança entre 75% e 80%. Em 37 municípios a população imunizada está entre 70% e 75% do total de moradores e nos demais 61% o percentual é abaixo disso.

Dados divulgados pela Pasta, na última quarta-feira (9), indicaram que foram aplicadas 4.829.786 segundas doses em todo o estado de Goiás. O reforço foi aplicado em 1.586.375 goianos. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 31,99% já receberam uma dose da vacina.

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