Ônibus lotado contribuir para aumento do assédio

Delegada diz que a lei apresenta problemas ao reger a prática de assédio. Porém, ela afirma que a denúncia é fundamental

Postado em: 18-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Delegada diz que a lei apresenta problemas ao reger a prática de assédio. Porém, ela afirma que a denúncia é fundamental

Marcus Vinícius Beck*

Ônibus lotado pode contribuir para que haja aumento no número de ocorrências de assédio em horários de pico, em Goiânia. “Evidentemente, a lotação permite um ‘apagamento’ de um responsável por assediar”, diz a estudante universitária Isabella Lima, 22. Na maioria das vezes, as vítimas são mulheres que estão no coletivo. E, valendo-se disso, o agressor utiliza o transporte coletivo para praticar a lascívia. Porém, quem for vítima de ato libidinoso – e resolver denunciar o agressor – esbarrará na ineficiência da lei, que trata abuso e assédio sexual como importunação, em alguns casos. 

Na noite da última segunda-feira (16), um rapaz de 25 anos foi preso em flagrante por abusar de uma estudante, de 19, dentro de um ônibus do Eixo Anhanguera, em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, ele segurou a vítima com violência e passou a mão nas suas partes íntimas. Ela conseguiu pedir ajuda e não ficou ferida. O caso ocorreu por volta das 19h, quando a vítima voltava para casa. Ela embarcou na estação Jóquei Clube com destino ao Terminal do Dergo e notou que o suspeito já estava no coletivo.

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Segundo a titular da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam), Cássia Costa Sertão, mesmo diante dos problemas que a legislação apresenta é fundamental que a vítima denuncie a prática de assédio. “Atualmente, depois do caso que aconteceu em São Paulo, onde um homem foi solto por ejacular no pescoço de uma mulher, começou-se a debater que a lei que rege o assédio e abuso é falha, pois não há qualquer menção a violência, e sim a importunação”, explica ela. 

Vítima de assédio, a estudante universitária Suellem Horácio, 22, relata que um rapaz chegou ao seu ouvido e começou a sussurrar obscenidades quando estava na linha 580 Praça da Bíblia ao Terminal Araguaia, por volta das 7h. “As pessoas que estavam no ônibus ficaram revoltada com ele, e queriam expulsá-lo do ‘busão’”, conta ela, dizendo que algumas pessoas pediram para o agressor deixar o coletivo. Contudo, mesmo com o medo lhe assombrando, Suellem depende do transporte coletivo para se locomover pela cidade. “Não tenho o luxo de andar de Uber”, frisa.

Diante disso, o medo de ser abusada ou violentada é iminente nas mulheres. A estudante universitária Aymê Vírgina, 27, afirma que o transporte público por si só já é uma forma de violência contra o ser humano. Para ela, o coletivo – além de ser inseguro para todos, “independentemente de gênero” – é pior para as mulheres, uma vez que elas são vítimas de abuso todos os dias na Capital. “Nos sentiríamos mais seguras no dia em que o patriarcado fosse extinto da sociedade”, pontua. 

Na última segunda-feira (16), um rapaz de 25 anos foi preso em flagrante por abusar de uma estudante, 19, dentro de um ônibus do eixo-Anhanguera. Segundo a Polícia Civil, ele passou a mão nas partes íntimas da vítima. Ela conseguir pedir ajuda e não ficou ferida. O caso aconteceu por volta das 19h, quando a estudante voltava para a casa. Ela notou que no suspeito estava no coletivo quando entrou na estação Jóquei Clube, no Setor Central. O rapaz, que já foi preso por tráfico de drogas, possui uma extensa ficha corrida.  (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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