Médico que acorrentou funcionário negro e ironizou escravidão é indiciado por racismo em Goiás

Márcio Antônio responde pelo crime porque gravou um funcionário acorrentado pelos pés, mãos e pescoço e ainda disse no vídeo que o caseiro vai “ficar na senzala” por não estudar.

Postado em: 14-03-2022 às 16h13
Por: Rodrigo Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Médico que acorrentou funcionário negro e ironizou escravidão é indiciado por racismo em Goiás
Márcio Antônio responde pelo crime porque gravou um funcionário acorrentado pelos pés, mãos e pescoço e ainda disse no vídeo que o caseiro vai “ficar na senzala” por não estudar. | Foto: Reprodução

A Polícia Civil encerrou o inquérito do caso o médico Márcio Antônio Souza Júnior, que acorrentou um caseiro negro na Cidade de Goiás. Ele foi indiciado nesta segunda-feira (14/03) no Artigo 20, parágrafo 2°, da Lei 7.716/89, por “Prática, incitação ou induzimento de preconceito ou discriminação de raça, etnia ou cor.”.

O médico responde pelo crime porque gravou um funcionário acorrentado pelos pés, mãos e pescoço e ainda disse no vídeo que o caseiro vai “ficar na senzala” por não estudar. Na época do caso, Márcio Antônio usou uma rede social para dizer que o vídeo não passava de um “zueira”.

O delegado Joaquim Aborno, responsável pelo caso, foi procurado pelo jornal O Hoje, mas não respondeu às ligações.

Continua após a publicidade

Relembre o caso

O médico Márcio Antônio Souza Junior, conhecido como Doutor Marcim, no interior goiano, divulgou um vídeo onde parece submeter um funcionário a condições análogas à escravidão, na cidade de Goiás.
O profissional filma um homem negro acorrentado pelas mãos, pés e uma argola no pescoço. A gravação foi divulgada no perfil do médico no Instagram e removida logo em seguida.

No vídeo o médico diz aos risos: “falei para estudar, mas ele não quer. Então vai ficar na minha senzala”. Em outro momento ele acrescenta: “tenta fugir, pode ir embora” e o homem acorrentado também ri.

De acordo com a Polícia Civil, o homem de 37 anos que aparece na filmagem informou à Delegacia de Goiás que tudo não passou de uma brincadeira. Segundo o caseiro, ele trabalha há cerca de três meses na fazenda do médico, recebendo seus pagamentos de forma regular. Também acrescentou que jamais sofreu qualquer tipo de violência, ameaça ou xingamento por parte do médico.

Veja Também