Quinta-feira, 28 de março de 2024

Prefeitura afirma que fará reajuste de 33,2% a professores, mas apenas para profissionais em início de carreira

O ato organizado pelo Sintego nesta terça-feira (15/3), com possibilidade de greve, gera preocupação no Poder Público municipal.

Postado em: 15-03-2022 às 11h59
Por: Ícaro Gonçalves
Imagem Ilustrando a Notícia: Prefeitura afirma que fará reajuste de 33,2% a professores, mas apenas para profissionais em início de carreira
O ato organizado pelo Sintego nesta terça-feira (15/3), com possibilidade de greve, gera preocupação no Poder Público municipal | Foto: Reprodução

No final da manhã desta terça-feira (15/3), a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia divulgou nota na qual se compromete a cumprir com o piso nacional dos professores, com reajuste de 33,2% e vencimentos de no mínimo R$ 3.846,63 para os servidores que cumprirem 40 horas semanais de trabalho. Entretanto, conforme a nota, o reajuste será apenas para os profissionais em início de carreira.

“Para os demais professores, que já recebem acima do piso, o aumento salarial proposto será 7,5%”, informou a SME. O reajuste proposto desagrada aos professores, uma vez que o piso nacional para toda a categoria tem sido um dos principais pontos de reivindicação dos profissionais da Educação.

Desde o início do ano, tanto o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), quanto o Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed), organizaram diferentes assembleias e paralizações na capital, na luta pelos reajustes.

Continua após a publicidade

Quanto ao reajuste dos servidores administrativos, o aumento proposto pela Prefeitura de Goiânia foi de 9,32%, o que foi rejeitado pela direção do Sintego.

Segundo a Prefeitura, o reajuste de 33,2% à toda categoria iria extrapolar os fundos disponíveis pelo município para os investimentos em Educação. “Atualmente, a folha de pagamento da SME Goiânia é de R$ 1,073 bilhão. Com o aumento de 33,2% reivindicado pela categoria, a folha iria ultrapassar todo o orçamento da Educação, que é de cerca de R$ 1,5 bilhão”, informou a nota.

Representação sindical

O ato organizado pelo Sintego nesta terça-feira (15/3), com possibilidade de greve, gera preocupação no Poder Público municipal, com a imagem já abalada desde o início do ano pelos aumentos dos IPTU’s. Esta é a terceira manifestação dos servidores da Educação de Goiânia em menos de um mês. A primeira ocorreu em 15 de fevereiro, quando foi prevista a paralização de mais de 100 escolas e Cmei’s da capital.

Na ocasião, dirigentes do Simsed informaram que os servidores administrativos estavam desde 2019 sem o reajuste previsto em lei, e os professores aguardavam desde o início de janeiro pelo cumprimento do piso-salarial da categoria.

“Notamos uma má vontade por parte da Prefeitura em cumprir o que rege a legislação. Nós já fizemos um movimento em janeiro desde ano, no qual nos reunimos com o secretário municipal de Educação para apresentar as demandas, mas desde então não tivemos nenhum retorno”, informou à época o coordenador-geral do Simsed, Antônio Gonçalves.

Na nota, a Prefeitura transfere a “culpa” pela falta de avanço nas negociações a própria categoria e à disputa por representação sindical. “Hoje existe uma disputa política entre o Sintego e o Simsed – esse último ilegítimo, que tem trazido transtornos à categoria. No atual cenário, os dois movimentos disputam posicionamentos e representação política, que, infelizmente, não permitem o avanço das negociações”, afirmou a SME.

Por fim, a pasta pediu a ampliação do diálogo com a categoria. “A SME Goiânia defende a ampliação do diálogo, pontua que compreende as demandas da categoria e destaca que conta com a sensibilidade dos professores para avançar nas negociações. A pasta reforça, também, que as aprendizagens dos alunos foram comprometidas pela pandemia e que a paralisação das atividades irá aprofundar ainda mais os prejuízos vivenciados pela educação pública nos últimos dois anos, além de prejudicar mais de 100 mil famílias”.

Veja Também