Antiga sede da Assembleia Legislativa, no Bosque dos Buritis, será Palácio da Cultura

O prédio que sediava a Alego, no Bosque dos Buritis, será transformado em Palácio da Cultura

Postado em: 16-03-2022 às 08h34
Por: Maiara Dal Bosco
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O prédio que sediava a Alego, no Bosque dos Buritis, será transformado em Palácio da Cultura | Foto: Pedro Pinheiro

O prédio que sediava a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no Bosque dos Buritis, em Goiânia, será o Palácio da Cultura. A mudança, que já havia sido motivo de pauta do jornal O Hoje no último mês, foi anunciada pelo prefeito Rogério Cruz ontem (15). Agora, o espaço abrigará a Secretaria Municipal de Cultura, o Centro Livre de Artes, o Museu de Arte de Goiânia e a Orquestra Sinfônica de Goiânia. A previsão é de que o prédio seja devolvido à gestão municipal até o início de maio. Para a classe artística, a mudança é muito positiva.

À ocasião do anúncio, realizado durante a apresentação da retomada das atividades de 2022, o prefeito destacou que o espaço, que pertence ao município, será palco da arte e da cultura goianienses. “Lá, teremos ensaios e apresentações da Orquestra Sinfônica de Goiânia, além de intervenções artísticas. Seguimos em frente com nosso projeto de fortalecimento da arte e cultura na capital”, afirma.

Outro ponto destacado pelo prefeito diz respeito à economia que será gerada com a mudança. “Além de valorizar o segmento cultural, economizaremos cerca de R$ 150 mil mensais com aluguéis”, afirma Cruz. Diante da retomada dos eventos culturais, tanto com projetos consagrados quanto novas iniciativas até o final do ano, Rogério Cruz destaca ainda que todos seguirão os protocolos que a pandemia ainda exige. “Ampliamos a capacidade dos eventos em locais abertos para 15 mil pessoas, e em locais fechados com limite de até 80% da capacidade”.

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Mudança positiva

Para Émerson Biazon, presidente da Ordem dos Músicos de Goiás (OMB), a mudança também é bastante positiva. “Hoje, para resolver algo relacionado à cultura, dependendo do assunto, é preciso ir a lugares distintos na Capital, então a mudança será muito boa, já que tudo ficará centralizado em um único local”, afirma. 

Segundo o presidente da OMB Goiás, o nome escolhido para o local também auxiliará na questão da visibilidade. “O nome Palácio da Cultura ficou muito bom. Nenhum estado tem esse nome, apropriado para valorizar a cultura que terá em Goiás. Será fenomenal para nossa área musical,” avalia.

Outro ponto positivo para o presidente da OMB é que o Palácio da Cultura centralizará diversas áreas. “Inclusive fizeram o convite para a Ordem dos Músicos também contar com escritório lá dentro, o que é ótimo, já que, o músico que vai resolver assuntos na cultura, poderá tirar a carteira dele profissional, dentro do Palácio da Cultura. Tudo poderá ser feito lá”, afirma.

Biazon ressalta ainda os demais projetos que poderão ser realizados no segmento. “Outros projetos que a gente tem na área musical, que serão apresentados ainda, poderão ser executados também no Palácio, isso é, a pessoa terá acesso, por exemplo, a cursos e capacitação. Queremos fazer diversas ações em parceria com o Palácio e em favor dos músicos”, frisa.

Olhar com amor

Para o chefe da área jurídica do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo e Diversão do Estado de Goiás (Sated-GO), Jackson Aurélio de Camargo, ceder o espaço da antiga Alego para o mundo artístico demonstra um olhar de amor sobre a arte. “Olharam para o artista com amor e o mundo artístico pretende retribuir essa demonstração de amor com mais amor, pela arte, pelas pessoas, pela plateia”, aponta.  

Segundo Camargo, ter um espaço único onde a arte se encontre, um espaço múltiplo que possibilite a inserção de todos os representantes dos artistas em um único lugar, é um sonho que se torna realidade. “Estamos muito felizes. O que está sendo feito é justiça, ao devolver a arte para o povo goiano. Isso é democratizar a arte, levá-la para às pessoas, permitir que seja acessada”, destaca.

Retomada dos projetos culturais

O cronograma de eventos culturais para 2022 foi divulgado em evento realizado no Centro Cultural Casa de Vidro Antônio Poteiro, ontem (15). O Calendário Cultural 2022 projeta a retomada, a partir do mês de abril, do Sons de Mercado, Chorinho, FestCine, Festival de Teatro Popular, Grande Arraial de Goiânia, Festival de Ópera e concertos.

Entre as novidades, está a realização do Carnaval em abril, com a permissão de shows e blocos de rua. Na programação, ainda, Arte nos Parques, com shows e apresentações de dança, teatro, cinema e literatura nos principais parques da cidade; festival de stand-up e arte urbana, com produção de painéis de grafite espalhados pela cidade.

Corredor cultural na região central de Goiânia

Foi com entusiasmo que a arquiteta e urbanista Adriana Mikulaschek, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), recebeu a notícia de que o prédio que abrigava a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) – que foi repassado à Prefeitura Municipal de Goiânia – será transformado em espaço cultural. “Que notícia excelente! É uma grande vitória da sociedade e uma conquista para a cultura em Goiânia”, comemora.

Em reportagem publicada no jornal O Hoje, em 23 de fevereiro último, a arquiteta destacou que o prédio tem uma vocação natural para ser destinado a espaço cultural. Isso porque a edificação fica situada na mesma área que abriga o Museu de Arte de Goiânia (MAG) e Centro Livre de Artes (CLA) e fica próximo a outros espaços culturais, como o Teatro Goiânia e Vila Cultural Cora Coralina.

Abrigar a Orquestra Sinfônica de Goiânia será um atrativo a mais. “A orquestra já tem a tradição de se apresentar ao ar livre. Se essas apresentações ocorrerem nesse espaço, certamente será um grande atrativo para o espaço cultural e também para o Museu de Arte de Goiânia, que fica bem próximo”.

A arquiteta acredita que essa área cultural – que abriga também o MAG e o CLA – pode ser o início de um corredor cultural na região central de Goiânia, por conta da proximidade com o Teatro Goiânia, Vila Cultural Cora Coralina, Centro Cultural Goiânia Ouro. Ela lembra que a cada dia surgem novos cafés e espaços culturais abertos pela iniciativa privada.

“O Centro da Capital tem uma vocação cultural. Há alguns anos, podemos constatar um movimento por parte da iniciativa privada no sentido de levar cafés e espaços voltados para a cultura para a região Central. O Centro é charmoso e tem história. E o poder público tem de juntar forças com a iniciativa privada no sentido de resgatar essa vocação cultural do Centro de Goiânia.

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