Apenas 3 cidades goianas estão entre as 100 melhores para empreender no Brasil

Interessados em empreender devem primeiro escolher qual será o tipo de negócio a ser aberto de acordo com a sua expertise

Postado em: 17-03-2022 às 09h56
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Apenas 3 cidades goianas estão entre as 100 melhores para empreender no Brasil
Interessados em empreender devem primeiro escolher qual será o tipo de negócio a ser aberto de acordo com a sua expertise | Foto: Reprodução

Goiânia é a 14ª melhor cidade para empreender no Brasil. É o que mostra o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2022, divulgado ontem (16) pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). O ranking, que contempla 101 municípios e que tem nas primeiras posições as cidades de São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), respectivamente nesta ordem, conta com apenas mais duas cidades goianas. Anápolis ocupa o 55º lugar e Aparecida de Goiânia o 65º.  

O ranking geral do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2022 leva em consideração cada um dos sete determinantes – ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura – e seus indicadores. 

Sobre as posições das três cidades goianas no ranking nacional, o economista e mestre em Economia Luiz Carlos Ongaratto destaca que Goiânia é uma cidade empreendedora uma vez que é uma cidade que atrai muita gente e também é uma cidade de serviços, por atrair pessoas, negócios e eventos.

Continua após a publicidade

“Goiânia é uma cidade que acaba sendo uma Capital para vários outros Estados, então ela concentra negócios aqui. Consequentemente, ela concentra riquezas e acaba sendo mais empreendedora até por uma necessidade própria de atender a essa população”, avalia.

Região Metropolitana

Além disso, o especialista destaca que, por ter uma grande Região Metropolitana, Goiânia é uma cidade que desponta por sua importância econômica dentro do estado. O economista explica, ainda, a posição das cidades de Aparecida de Goiânia e de Anápolis. Ele pontua que as duas cidades aparecem em posições abaixo no ranking porque têm uma dinâmica econômica menor do que Goiânia.

“Goiânia acaba atraindo muitos investimentos e aí tem um efeito gravitacional, como se fosse o sol, todo mundo orbitando ao redor de Goiânia. Então pela própria proximidade que se tem e o tamanho da Capital, acaba que a maioria dos investimentos acontecem em Goiânia e não nessas duas cidades, o que as coloca, automaticamente, em um posto mais baixo nesse ranking”, detalha Ongaratto.  

Em 2021, levantamento divulgado pela Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) aponta que no ano passado Goiânia ganhou 29 mil empresas. Ao todo, foram abertas 44.842 empresas na Capital, enquanto 15.506 foram extintas. De acordo com os dados, a formalização de empresas na capital cresceu 13,28% na comparação com 2020. Além disso, de acordo com a Juceg, a Capital fechou o último ano com 290 mil empresas ativas, em posição de liderança absoluta no Estado.

Desafios

Sobre os principais desafios para quem quer começar a empreender, o especialista afirma que a primeira questão é determinar qual será o tipo de negócio a ser aberto, e mais do que isso: o empreendedor deve pensar no que sabe e quer fazer. Além disso, é importante verificar se aquilo que o empreendedor sabe fazer ou tem habilidades para é realmente um produto ou um serviço que tem mercado.

“É muito comum encontrarmos pessoas que pensam que ter ideias é a mesma coisa do que empreender. Empreender envolve ação, ter viabilidade, ter mercado. Empreender também é algo que é aprendido, muita gente acha que é um dom e na verdade envolve uma capacitação a respeito”, pontua.

Segundo ele, depois dessa fase de desenvolvimento do negócio, também é importante a etapa de formalização do negócio. “Não necessariamente ao empreender o empresário precisa iniciar [o negócio] de modo formal, mas ter em vista que, após o momento de experimentação do mercado, é interessante sim a formalização da empresa”, frisa Ongaratto.

O economista também ressalta a questão da burocracia na abertura de empresas, porque muitas vezes a legislação não está adequada a modernidade e a dinâmica do mercado. A segunda questão, segundo ele, é a própria oscilação. “Quando o empreendedor não tem noção do capital de giro necessário, ou do investimento necessário, por exemplo, alguns custos são elevados para a implementação”, avalia, ressaltando ainda que a pandemia agravou a recessão econômica pela qual o Brasil vem passando.

Veja Também