Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Óleo de soja já é vendido a quase R$ 12, em Goiânia

O Procon Goiás recomenda que o consumidor estabeleça previamente, de acordo com seu orçamento doméstico, o limite que poderá ser gasto na compra em supermercado

Postado em: 19-03-2022 às 08h50
Por: Daniell Alves
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O Procon Goiás recomenda que o consumidor estabeleça previamente, de acordo com seu orçamento doméstico, o limite que poderá ser gasto na compra em supermercado | Foto: reprodução

O valor do óleo de soja subiu cerca de 186% em Goiânia desde o início da pandemia, aponta levantamento realizado pelo Procon Goiás. A pesquisa foi feita com itens que compõem a cesta básica para o consumo mensal de apenas um indivíduo adulto, de acordo com a quantidade definida para os moradores de Goiânia. 

A dona da pastelaria Pastel Central, Thatyane Teófilo, está sendo uma das mais afetadas pela alta do preço, já que o óleo é bastante utilizado no estabelecimento. “Com os aumentos dos alimentos que trabalhamos, o que eu pude fazer foi economizar porque não teria como eu ficar aumentando os valores. Cortei funcionários, gastos e reduzi em uma hora o horário de funcionamento”, afirma a dona da pastelaria.

Sobre a questão do repasse de valores para clientes, o gerente do local, Thiago Teófilo, afirma que fez no último ano e o próximo deve ser em abril. “Em 12 anos trabalhando aqui, eu nunca havia pagado 100 reais em uma caixa de repolho. O valor está muito alto e não dá para segurar mais. Infelizmente, a gente está trabalhando para pagar as contas e na expectativa de que terá melhoras”, revela. Para não perder os clientes, o estabelecimento manteve os preços e fez promoções nos aplicativos de transporte. 

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A mesma situação de cortar gastos ocorre com a dona de casa Maria Creonice, 56 anos. Ela informa que só compra os produtos que estão na promoção. “Os supermercados já divulgam as promoções no whatsapp e eu fico de olho, mando no grupo da família, porque qualquer 10 centavos já faz diferença”, conta. 

Maria tem evitado comprar alimentos que estão muito caros, a exemplo do tomate, que também registrou aumento. “A gente vai dando prioridade para os alimentos indispensáveis, como o arroz e feijão. A carne também está cara, então compramos mais frango”, diz. 

Aumento dos custos 

Para o economista Aurélio Trancoso, o aumento ocorreu devido ao aumento dos custos. A alta pôde ser percebida em diversas áreas durante a pandemia e, consequentemente, os preços precisam ser repassados para os consumidores. Ele explica que, nos dois últimos anos, teve alta dos alimentos, energia elétrica e combustíveis. Tudo isso influenciou na alta dos produtos. “Tem sobrado produtos nas prateleiras, porém os consumidores não têm dinheiro”, revela. 

O cenário de hoje é o oposto do que ocorreu no início da pandemia, quando os consumidores estavam estocando alimentos com medo de faltar. Os supermercados tiveram que limitar a quantidade de produtos por cliente, já que os itens tinham data de validade curta. Quando a inflação começa a atingir os custos de produção, as pessoas vão ter dificuldades para manter as despesas apenas com um salário mínimo, ressalta o especialista. 

Cesta básica 

O Procon pesquisou 13 tipos de produtos que compõem a cesta básica, em 15 estabelecimentos, no período de 14 a 17 de março de 2022, considerando as diferentes marcas. Ao todo, foram pesquisados 37 itens. O objetivo do estudo foi analisar o aumento dos principais itens alimentícios durante este período. 

A pesquisa apontou alta acumulada dos alimentos desde o início da pandemia, com os seguintes destaques: 186% no óleo de soja, 144% no café em pó (500 g), 117% no quilo do tomate e 99,03% no pacote de açúcar (5 kg). A batata inglesa subiu 80,37%.

Para um trabalhador que recebe apenas o salário mínimo (R$ 1.212), o comprometimento mensal com a cesta básica (R$ 670,68) é de 55,34%. De acordo com o Procon, nos últimos dois anos, verificou-se uma perda no poder de compra do trabalhador, pois enquanto neste período o salário mínimo teve reajuste de 15,98%, os itens que compõem a cesta básica tiveram acréscimo de 57,22% na média geral. (Especial para O Hoje). 

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