Semáforos para pedestres desligados dificultam travessia na avenida Assis Chateaubriand

Sinaleiros da via estão desligados por conta das obras do Corredor T-7, segundo a prefeitura

Postado em: 21-03-2022 às 08h34
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Semáforos para pedestres desligados dificultam travessia na avenida Assis Chateaubriand
Sinaleiros da via estão desligados por conta das obras do Corredor T-7, segundo a prefeitura | Foto: Pedro Pinheiro

Por Ítallo Antkiewicz

Mesmo com vários semáforos que auxiliam a travessia de pedestres instalados na avenida Assis Chateaubriand, no setor Oeste, região movimentada por abrigar diversos prédios comerciais e residenciais, quem precisa atravessar a pé a movimentada via enfrenta dificuldades e tem de contar com a gentileza dos motoristas. Isso porque dos seis cruzamentos na Avenida – o primeiro fica na Rua 1 e o último na Rua 11 –, apenas o semáforo do primeiro cruzamento está ligado. 

A reportagem do Jornal O Hoje presenciou a dificuldade que essas pessoas têm para atravessar alguns trechos da avenida. Esse é o caso da advogada Patrícia Gomes Silva, 28 anos, natural de Campo Grande que mora em Goiânia há 19 anos. Esperando no cruzamento para atravessar a rua, ela conta que é um absurdo o semáforo não funcionar. “Isso precisa ser consertado o mais rápido possível e enquanto isso não acontece, temos que redobrar a atenção”, indigna-se.

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Para a doméstica Maria Divina de Jesus, 42 anos, como o semáforo não funciona, os pedestres precisam usar de artimanhas para conseguir atravessar ou até mesmo passar na frente dos veículos. “Na maioria das vezes os condutores não respeitam os pedestres, ainda para completar os semáforos que foram destinados para os pedestres não funcionam, então temos que esperar reduzir o fluxo de carros para poder atravessar”, afirma.

O que se percebe nos cruzamentos da avenida Assis Chateaubriand é uma verdadeira concorrência para ver quem consegue atravessar primeiro. Os condutores de veículos, muitas vezes, não esperam os pedestres terminar de atravessar a via. Por outro lado, os pedestres vão se infiltrando na frente dos veículos, arriscando a vida e tumultuando o trânsito e aumentando o risco de atropelamentos.

Iara Araujo Rodrigues, 41 anos, trabalha como trade. Ela garante que o pior momento é no final da tarde, onde as pessoas estão apressadas para ir embora. “Essa semana teve até acidente, sempre vejo acidentes nesses cruzamentos, onde os semáforos não funcionam há muito tempo, e também os carros param em cima da faixa de pedestre”, relata.

Já para Aline Martins Souza, operadora de telemarketing, 44 anos, o fato da sinalização própria para os pedestres não funcionar é muito perigoso. “A gente acaba se baseando nos sinais para carros mesmo e tendo que ter mais atenção, dia e noite os semáforos sempre apagados, essa dificuldade enfrentamos há muito tempo, principalmente final de semana que aumenta o movimento”, ressalta.

Resposta da prefeitura

De acordo com informações da prefeitura de Goiânia, os sinaleiros para pedestres da avenida Assis Chateaubriand estão desligados por conta das obras do Corredor T-7, realizada pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Seinfra). A pasta informou que os semáforos para pedestres entrarão em operação quando as obras estiverem concluídas, entretanto não informou a data.

“Neste momento existem semáforos ao longo da via que não prejudicam o trânsito no local. A via é sinalizada semaforicamente, horizontalmente e verticalmente. A Seinfra reforça que a população pode sempre encaminhar reclamações e solicitações pelo aplicativo Prefeitura 24 Horas”, afirma trecho da nota.

Em Goiânia, semáforos tampados por árvores podem causar colisões no trânsito

A falta de podas em árvores próximas a cruzamentos semaforizados que impossibilitam a visualização do motorista tem provocado reclamações de condutores, que temem por acidentes em Goiânia. Em ruas percorridas pelo Jornal O Hoje, na tarde da última sexta-feira (18), nos setores Oeste e Marista, observou-se que galhos e folhas cobrem semáforos, proporcionando pouca e nenhuma visão para condutores de veículos que trafegam pelos bairros.

Essa situação foi observada no cruzamento da Avenida 136 a Rua 146, no setor Marista, bairro nobre localizado na região Sul da Capital. Os galhos das árvores estavam cobrindo completamente o semáforo do cruzamento da Avenida 136, sentido Marista-Jardim Goiás. Só é possível enxergar o semáforo já no meio da travessia da Rua 146.

“Se o condutor não conhecer o trânsito da região e ter ciência que neste cruzamento existe um semáforo, cruza a rua sem perceber e pode até causar um acidente de trânsito, porque o sinaleiro está completamente encoberto pelas árvores”, reclama a publicitária e professora universitária Márcia Pimenta Faria. “Dia desses eu atravessei o cruzamento no sinal vermelho. Minha sorte foi que não tinha veículos descendo a rua 146, senão teria ocorrido um acidente”, completa.

Outro exemplo de semáforo encoberto por árvores está no movimentado cruzamento das ruas 15 com 22, no setor Oeste, também na região Sul de Goiânia, onde a atenção precisa ser redobrada. O tronco de uma árvore e alguns galhos prejudicam a visão dos condutores que descem a Rua 15. “Eu estava vindo pela Rua 22 e um veículo que descia a Rua 15 furou o sinal e quase bateu no meu carro. Foi por pouco. Ele me pediu desculpas e alegou que não viu o semáforo”, relata o comerciário Roberto Pereira. 

Procurada pela reportagem, a Companhia de Urbanização do Município de Goiânia (Comurg), informou via assessoria que a realização das podas de árvores, é feito mediante pedido da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), que a poda no local já foi realizado. Em nota, a equipe semafórica da SMM informou que no último sábado (19) foi realizada a poda das árvores nos dois semáforos citados na reportagem.

Falta de planejamento

Para o especialista em trânsito Marcos Rothen, no planejamento viário da Capital, a prefeitura não leva em consideração o monitoramento das árvores. “O ideal é fazer um trabalho integrado, visando sempre à segurança de pedestres e motoristas. Há situações em que a poda constante é essencial”, adverte. 

Rothen também aponta a necessidade da correta avaliação do tipo de árvore plantada em determinados pontos da cidade. “Em canteiros centrais, fazem um paisagismo com árvores que em dois ou três anos irão tapar a sinalização”, afirma. De acordo o especialista, os problemas encontrados em Goiânia são reflexos da falta de poda adequada ao longo do ano.

O ideal, aponta o especialista, é que houvesse o manejo antes de a árvore crescer. Assim, seria possível direcionar a evolução dos galhos. “A árvore precisa ser conduzida para um crescimento vertical, com os galhos direcionados para onde não prejudiquem a visibilidade do trânsito”, recomenda.

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