Parque teve 15% de reserva devastada

Mais de 200 pessoas foram envolvidas em força-tarefa para combater as chamas. Reserva abriga várias espécies de animais e plantas

Postado em: 24-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mais de 200 pessoas foram envolvidas em força-tarefa para combater as chamas. Reserva abriga várias espécies de animais e plantas

Marcus Vinícius Beck*

Considerado Patrimônio Natural da Humanidade, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros teve 35 mil dos 240 mil hectares queimados por um incêndio de grandes proporções que assola a região desde a última terça-feira (17). As prefeituras de Alto Paraíso e Cavalcante, cidades onde o Parque está situado, decretaram situação de emergência por conta do agravamento das queimadas. Pelo menos 15% da reserva foi queimada, de acordo com cálculos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Mais de 200 pessoas foram envolvidas na força-tarefa organizada para combater as chamas. Entre elas, estão voluntários e integrantes do Corpo de Bombeiros de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Prefeitura de Alto Paraíso. A unidade de conservação, que é uma das mais importantes do Cerrado, abriga várias espécies que estão ameaçadas de extinção ou que só existem no local – como lobo-guará e a onça pintada. Com os incêndios, os turistas não podem visitar o parque desde a última quarta-feira (18).

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Também auxiliam no combate às queimadas Brigadistas do Instituto Chico Mendes e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que tentam impedir que o fogo atinja estruturas administrativas e alojamentos do Parque. O incêndio já atingiu propriedades privadas, cujos donos chegaram a pedir ajuda para o ICMBio. A chama chegou a ameaçar estruturas administrativas do parque e do Jardim de Maytreira, que é um importante ponto turístico da região.

O objetivo do Parque, além da conservação da reserva ambiental, é a pesquisa científica e a visitação pública. Outra coisa que é procurada pelos turistas são as cachoeiras – marca registrada da região. A rota, onde hoje é localizada o Parque Nacional, foi um dos percursos dos garimpos, porém atualmente é usada apenas por visitantes. Criado em 1961, o Parque é considerado Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Neste ano, o presidente Michael Temer (PMDB) assinou decreto que ampliou a área total do Parque. Diante disso, a extensão da unidade de conservação passou de 65 mil para 240 mil hectares. Antes do decreto, o Parque abrangia os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e Colinas do Sul. Com a mudança, outros municípios foram incluídos, como Teresina de Goiás, Nova Roma e São João D´Aliança.

Goiânia

Juntar matos e pôr fogo já tornou-se uma prática corriqueira no Estado de Goiás. Em agosto, por exemplo, o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia, foi alvo de incêndio urbano, e parte da reserva está ameaçada. Considerado “pulmão da Capital”,a área abriga aproximadamente 485 espécies de plantas e 290 de animais, embora algumas estejam em risco de extinção por conta das queimadas. 

(Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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