Com volta das aulas presenciais, universitários voltam a enfrentar atraso dos ônibus em Goiânia

Apesar da CMTC alegar que reforçou as linhas, estudantes reclamam do descompasso do transporte

Postado em: 24-03-2022 às 15h40
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Com volta das aulas presenciais, universitários voltam a enfrentar atraso dos ônibus em Goiânia
Apesar da CMTC alegar que reforçou as linhas, estudantes reclamam do descompasso do transporte | Foto: Paulo Roberto/COOTEGO

O meme da internet que diz que os “estudantes não têm um minuto de paz” nunca foi tão real quanto nestes dois últimos anos. O ensino à distância devido a pandemia, desigualdade de acesso à internet e o crescimento das taxas de evasão das universidades foram só alguns dos problemas enfrentados. Agora, com o retorno das aulas presenciais, eles voltam a encarar outra dificuldade: ônibus atrasados e lotados.

Goiânia tem duas regiões estratégicas para esse público. O Setor Leste Universitário, onde ficam grande parte das faculdades da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e o Câmpus Colemar Natal e Silva da Universidade Federal de Goiás (UFG) e, além disso, as proximidades da Vila Itatiaia, na região norte da capital, em que está localizado o Câmpus Samambaia ou Câmpus II da UFG.

Para atender os estudantes, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que é responsável pelo serviço de ônibus da Rede Metropolitana de Transportes (RMTC), estabeleceu 06 rotas específicas para o público. São elas: as linhas 105 (PC Campus/T. Pça A), 174 (PC Campus/T. Pça A), 263 (T. Bíblia/PC Campus), 268 (PC Campus/Centro), 725 (Circular Campus) e 933 (Terminal Padre Pelágio/Campus UFG).

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Entretanto, após dois anos sem precisarem ir presencialmente para faculdade, os alunos reclamam que a frota dessas linhas está baixa, o que resulta em superlotações, intervalos muito grandes e descompasso com ônibus secundários. Segundo eles, muitos não usam somente as seis rotas definidas pela CMTC, mas um segundo transporte coletivo para sair ou chegar até em casa.

O estudante do 3° semestre de Ciência da Computação na UFG, Arthur Benjamim Aguiar de Oliveira, de 20 anos, por exemplo, precisa usar a linha 021 para sair de casa, no Parque Atheneu, e ir até o Praça da Bíblia, onde usa o 263 para chegar no Câmpus Samambaia. “Está tendo poucos ônibus nas rotas e os horários de chegada deles na faculdade não estão sendo compatíveis com nossos horários de saída”, afirma.

Ele relata que as aulas encerram às 11h40, mas que o ônibus passa na universidade às 11h30 ou, então, 40 minutos depois, às 12h10. Com um trajeto de cerca de 40 minutos, conforme o aplicativo SiMRmtc, Arthur deve chegar no Praça da Bíblia às 12h50 e, “com certeza”, perde o 021, que tem saída agendada para às 12h40. “O ônibus que sai da UFG às 12:10 não chega nunca a tempo de pegar esse das 12:40”, disse.

Outro estudante que passa por uma situação parecida é Gilberto dos Reis Alves Grangeiro, de 24 anos, que enfrenta o mesmo problema com o 263, mas no final da tarde, às 17h. “O ônibus passa alguns minutos antes de terminar as aulas ou demora para passar de novo. Poderia ser muito melhor cronometrado no sentido de passar 5 ou 10 minutos depois que a aula acabar para ficar melhor para os alunos”, afirma.

Questionada sobre a situação, primeiro a companhia que organiza as linhas tentou solucionar o problema como se fosse esporádico, com dia, horário e itinerário “específicos”. Alertada sobre a recorrência, a CMTC informou que, com o retorno das aulas presenciais, no dia 07 de março, às linhas que atendem os câmpus universitários tiveram acréscimo de viagens.

“A linha 105 de 35 viagens foi para 39 viagens; linha 174 de 16 viagens foi para 20 viagens; linha 263 de 60 viagens foi para 64 viagens; linha 268 de 33 viagens foi para 34 viagens; linha 725 retornou à operação com 19 viagens; linha 933 de 06 viagens foi para 10 viagens. Vale ressaltar que a demanda das linhas está sendo acompanhada diariamente”, afirmou em nota técnica.

Com apenas mais 04 viagens em cada linha, a espera dos estudantes não tem sido igual ao planejado Serviço de Informação Metropolitano (SiM). Por exemplo, conforme o itinerário disponível no site, a linha 263 teria um intervalo de no máximo 22 minutos nos horários entre às 8h e às 12h e 15 minutos das 16h às 19h. A dúvida que fica aos estudantes é por que os horários não estão sendo cumpridos.

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