Estiagem pode afetar lavouras

Federação da Agricultura alerta que próximos dias de instabilidade climática podem ser decisivos para a lavoura. Apesar disso, os preços de produtos para consumidor final devem sofrer pouca alteração

Postado em: 26-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Federação da Agricultura alerta que próximos dias de instabilidade climática podem ser decisivos para a lavoura. Apesar disso, os preços de produtos para consumidor final devem sofrer pouca alteração

Wilton Morais* 

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De acordo com o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, o atraso em volumes elevados de chuva, em Goiás, tem preocupado o agricultor. “No interior do Estado já andou chovendo, mas o produtor ainda está preocupado. O solo está muito seco, teria que chover pelo menos 60, ou 70 milímetros, para garantir o plantio”, disse.

Conforme o consultor, na virada do mês de setembro para outubro, alguns produtores realizaram o plantio. Mas os atrasos na chuva, têm colaborado para a possibilidade de haver um replantio na produção de soja. “Feijão, ainda é muito pouco. A maioria ainda não arriscou plantar. Com a soja, foram plantados apenas 5%. Acredito que possa haver, mesmo assim, um replantio. O registrado de chuva é muito pouco, cerca de 15  milímetros”, explicou.

Clodoaldo Caligari é produtor em Silvânia, e já iniciou o plantio de soja, para a próxima Safra. “Estamos com todas as compras para o plantio pronto. E apesar do aumento dos preços, não alteramos os investimentos técnicos. Evitei cortar os custos, para garantir a tentativa da produção. Estou muito apreensivo, em relação ao mercado”. 

A expectativa para o produtor é que mesmo diante das instabilidades climáticas, haja mantimento da atividade. “Regionalmente, eu acredito na forma que estamos trabalhando para aumentarmos o nível de produtividade, para não sair de atividade”. 

Em relação ao preço da soja, Clodoaldo aponta que os indicativos não dão sinais de melhora, apontando, por exemplo, o cenário mundial de oferta da soja. “Então estamos angustiados, porque se o mercado não se movimentar, e travar nossos custos entraremos em um ano mais difícil que este”, considerou o produtor. 

A expectativa do consultor da Faeg, Pedro Arantes, é que os céus sobre a cidade derrame água nos próximos cinco dias. “Se daqui para frente chover bem, não chegará a prejudicar. Mas se atrasar mais um pouco, ultrapassar o próximo dia 10 de novembro. Mesmo plantando agora, o risco de área liberada para plantar a safra de milho será prejudicada”, avaliou Pedro Arantes.

Menor produção

Arantes também assegurou que a produção deste ano, não será semelhante ao ano anterior. “O milho na primeira safra está tendo uma redução da área plantada. Então já será menor. Com a soja, o atraso e com previsões climáticas ruins, teremos uma safra menor”, disse.

Sobre o preço ser elevado, o consultor disse que os efeitos não devem atingir o consumidor final. “Com a soja, a exportação é muito grande. Mas de qualquer maneira, se houver uma redução em nível de Brasil. De cinco milhões de toneladas, pode diminuir a exportação, mas não afetará nos preços, já que o mercado interno está bastante cheio”. A respeito do milho, a segunda safra, dependendo das condições climáticas será compensatória. “Vai depender da segunda safra. A primeira já é bem reduzida”. 

Dias ameaçadores 

Arantes assegurou também que as próximas semanas são decisivas. O melhor período para plantio é o mês de outubro, até a primeira semana de novembro. Após o dia 10 de novembro, a preocupação tende a aumentar. “Até o momento, a estiagem está sendo uma das mais críticas, nos últimos anos. Mas se houver chuva nos próximos dias, compensa. Porém, o mês de outubro está sendo o pior. De hoje para frente, qualquer atraso no plantio pode gerar atrasos na produtividade”, alertou o consultor.

A safra de feijão, por exemplo, já esta comprometida. “No caso do feijão, o que foi plantado mais cedo, pode ser afetado. Se plantar agora também atrasa a produção de algodão. Isso agora cabe ao produtor decidir o que plantar”, explicou, Pedro Arantes. Apesar disso, o preço do feijão não deve atingir o consumidor final. Arantes assegurou que isso se deve ao estoque no mercado. “Apenas se houver uma perda expressiva para chegar em nível de consumidor final”.  

Chances de chuva aumentam em Goiás neste fim de semana

Em Goiânia, a previsão para hoje é de chuva é de sol e aumento de nuvens de manhã. Apesar disso, o Clima Tempo, portal especializado em previsão climática, assinala a possibilidade de pancadas de chuva à tarde e à noite. A temperatura em Goiânia deve ter mínima de 22ºC e máxima de 34ºC, no dia de hoje. Apesar disso, a chuva deve ser de apenas oito milímetros. Com instabilidade de chuva, até o início de novembro, lá pelo dia três do mês que vem, a previsão é de chuva elevada na cidade, com 14 milímetros. 

Em todo o estado, nos próximos dias teremos um forte aquecimento e a disponibilidade de umidade. Nesta quinta-feira, a previsão é de um forte aquecimento, e aumento de umidade, que vão contribuir para formação de mais nuvens.

Estado

As chances de chuva aumentam em Goiás. E conforme o Clima Tempo, as pancadas de chuvas podem vir acompanhadas de descargas elétricas. Entre sexta-feira (27) e o fim de semana, há tendência de formação de áreas de instabilidade. 

Já as condições de chuva aumentam cada vez mais, com o decorrer dos dias. Há possibilidade de chuva forte em alguns momentos dos dias. Uma tendência para novembro. 

Aos poucos, o regime de chuva tende a se regularizar sobre o Centro-Oeste do País. A tendência é que, daqui para frente, não ocorra longos períodos de estiagem. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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