Paço irá enviar proposta à Educação para acabar com a greve

Categoria Reivindica pagamento da data-base de três anos

Postado em: 26-03-2022 às 09h26
Por: Daniell Alves
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Categoria Reivindica pagamento da data-base de três anos | Foto: Reprodução

Os servidores da Educação podem chegar a um acordo com a prefeitura de Goiânia. O Paço irá enviar à Câmara Municipal uma proposta de negociação com os trabalhadores. O líder do prefeito na Câmara, vereador Anselmo Pereira, afirma que levará à prefeitura uma proposta de diálogo com a categoria na tentativa de agilizar negociações e encerrar a greve. Após a reunião, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) deve convocar assembleia para votação. 

A categoria reivindica pagamentos de data-base relativa aos últimos três anos, quinquênio, piso salarial, além de plano de carreira que contemple os administrativos. Segundo a presidenta do Sintego, Bia de Lima, a greve só terminará após o cumprimento dessas medidas. “Portanto, contamos com o apoio dos vereadores nessa luta. Precisamos agilizar as negociações e, com isso, acabar com a greve”, afirma. Até a noite de ontem (25), não havia nenhum acordo feito referente ao reajuste salarial.

Bia de Lima também rebate a afirmação do prefeito de que teria autorizado aumento de 33,24% aos professores. “Acontece que apenas 12 professores foram beneficiados. Ou seja, mais de 9 mil ficaram de fora do reajuste. Isso é inconcebível”, explica. Ela também pontua que o argumento do prefeito de que faltariam recursos para bancar o aumento não é sustentável. “Isso se resolve com a ajuda do Ministério da Saúde. Existe lei que garante esse repasse aos municípios”, comenta. 

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Para a vereadora Sabrina Garcez, o cumprimento do piso é lei. Ela relembra sobre o esforço conjunto para reaver o vale-transporte de servidores temporários, que tiveram o benefício suspenso durante a pandemia. “Foram anos de prejuízo. Agora, com o piso dos professores e a carreira dos administrativos, venho aqui reafirmar meu compromisso com vocês”, declarou. 

De acordo com ela, “os servidores permaneceram firmes ao lado de crianças, pais e mães de Goiânia, durante a pandemia, quando houve o desmonte da Educação, na última administração”. A parlamentar colocou-se à disposição de servidores e do Sintego para atuar, junto à Prefeitura, pelas reivindicações da categoria. “É meu dever enquanto parlamentar e representante política”, pontua. 

Imas

Além das reivindicações, foi incluída na pauta da greve a cobrança para que a Prefeitura de Goiânia cumpra as obrigações com os fornecedores do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). Na sexta-feira (25), servidores realizaram manifestação em frente ao prédio do Instituto, um ato correlato à greve. 

“O município desconta dos salários e não repassa ao instituto, que vive uma debandada de prestadores, que não podem ficar sem receber ou ficar com recebimentos atrasados. Este ato de greve é para cobrar que o repasse seja imediato e automático, para que o servidor não tenha mais este problema para enfrentar. Precisamos de mais transparência neste repasse e que seja automático”, afirma Bia de Lima. 

Nota da SME

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) esclarece que os salários dos professores de Goiânia não estão “aquém” da realidade nacional. “Hoje, sem o reajuste proposto pelo município, a média salarial de um professor da rede pública municipal é de R$ 6.083,11, valor substancialmente acima do piso nacional”, afirma. 

A pasta ressalta que Goiânia vai cumprir integralmente o piso atualizado em 2022 pelo Governo Federal, com o reajuste de 33,2%. Para os professores que recebem acima do piso, o aumento salarial proposto é de 7,5%. 

“Portanto, nenhum professor, em Goiânia, irá receber abaixo do piso, que será de R$ 3.846,63 para 40 horas semanais. É importante ressaltar que a folha de pagamento da SME Goiânia é de R$ 1,073 bilhão. Com o aumento reivindicado pela categoria, a folha iria ultrapassar todo o orçamento da Educação, que é de cerca de R$ 1,5 bilhão”, explica.

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