Defesa de adolescente responsável por atentado deve sair na terça (31)

Medida foi solicitada pelo Ministério Público (MP-GO), por meio do promotor de Justiça, Frederico Augusto Santos

Postado em: 27-10-2017 às 16h57
Por: Guilherme Araújo
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Medida foi solicitada pelo Ministério Público (MP-GO), por meio do promotor de Justiça, Frederico Augusto Santos

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Fruto de uma sugestão do
Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o jovem responsável pelo
homicídio de dois colegas de turma e por ferir outros quatro a tiros no Colégio
Goyases, em Goiânia, deve passar por uma avaliação psicologica nos próximos
dias. No entanto, de acordo com a defensora do adolescente, Rosângela Magalhães,
não há uma data prevista para que a medida seja tomada. A defesa escrita deverá
ser apresentada amanhã (30), em uma audiência que pretende ouvir ainda
testemunhas do crime.

Em depoimento na última
sexta-feira (27) os pais do adolescente disseram ao Juizado da Infância de
Juventude de Goiânia que o garoto nunca apresentou problemas de comportamento.
Em uma estratégia de resguardo, Rosângela Magalhães disse que o objetivo da
avaliação é descobrir se o mesmo seria ou não portador de algum tipo de
perturbação ou desvio de conduta que tenha originado o atentado.

A família do rapaz, que segue
abalada segundo a defensoria, contou com a ajuda da defesa ao reforçar a ideia
de que o suspeito tivesse um comportamento completamente normal, sempre
vivenciando um ambiente de relações harmônicas em casa e “jamais tendo
provocado preocupações”. O pai do garoto, em depoimento, afirmou que jamais
havia imaginado que o filho pudesse ser vítima de bullying. Ele, que é policial
militar, disse ainda que “tudo não passou de um mal entendido e de uma
fatalidade”.

Uma
outra tática da defesa foi tentar evitar a internação do adolescente em uma
casa de detenção, medida que seria aplicada até que o mesmo completasse 18
anos. Utilizando-se do Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA), foi usada a
argumentação de que o suspeito nunca teve qualquer violação à lei.

O caso

Após ser
alvo de piadas em sala de aula, o adolescente sacou uma pistola .40, de uso
restrito das forças armadas, e disparou contra colegas durante o intervalo da
quinta para a sexta aula. O crime aconteceu no Colégio Goyazes, localizado no
Conjunto Riviera, em Goiânia. Na ocasião, Pedro Calembo e João Victor Gomes morreram
na hora. Outros quatro adolescentes ficaram feridos, uma delas chegando a
perder o movimento das pernas após ter uma bala alojada na coluna.

O jovem é
filho de um major e de uma tenente da Polícia Militar e após o crime foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), seguindo para a Delegacia de
Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai). Pelas circunstâncias do caso,
em que não há um local específico para sua detenção, nos próximos 30 dias o
mesmo deve seguir isolado em um centro de integração.

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