Quadrilha fraudava financiamento

Dentre as irregularidades cometidas no Banco do Brasil estavam a ‘vista grossa’ aos financiamentos irregulares que eram facilitados pelo bando

Postado em: 01-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dentre as irregularidades cometidas no Banco do Brasil estavam a ‘vista grossa’ aos financiamentos irregulares que eram facilitados pelo bando

Marcus Vinícius Beck*

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Policias começaram a cumprir ontem (31) 39 mandados de busca e apreensão para combater desvios de verbas públicas em financiamentos promovidos pelo Banco do Brasil entre 2012 e 2015. A operação, que está na segunda fase e ocorre em vários estados do país, tem desdobramento em Goiás, e até a tarde desta terça-feira foram analisadas 149 operações de financiamento agrícolas, o que comprovou que pelo menos 90% das operações promovidas pela entidade bancária foram fraudadas. 

Durante as investigações ficou claro que várias tipos de fraude eram cometidos, tais como obtenção de financiamento para custear atividades agrícolas em imóvel próprio, mas usados em propriedades arrecadadas a terceiros. Ainda eram falsificados cartas de arrendamento para a tomada de empréstimos para pagar atividades agrícola fictícia e a tomada de sucessivos financiamentos para diversos empreendimentos agrícolas, sem capacidade financeira. 

O grupo deve responder à Justiça pelos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa, cujas penas podem variar de 1 a 12 anos de reclusão.  A PF disse que os peritos criminais analisaram contratos de financiamentos que somam R$ 59 milhões. De acordo com a PF, um grupo fazia contrato falso de arrendamento de terras, porém não detinha posse, tampouco domínio da área. Mesmo assim, contudo, tinha aval para realizar o financiamento, que era o cerne do crime.

Denominada de Tubocred, a segunda fase da operação ocorre após análise de documentação que foi apreendida em agências do Banco do Brasil em Mato Groso, Minhas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Goiás. Durante primeira fase, que aconteceu em maio do ano passado. Segundo a Polícia Federal (PF), que está à frente das investigações, dentre as irregularidades cometidas pela quadrilha estavam a ‘vista grossa’ aos financiamentos irregulares que eram facilitados pela quadrilha. 

Paralelo as investigações, o Banco do Brasil fez um levantamento interno e constatou que o prejuízo gerado pelo grupo chega a aproximadamente R$ 44 milhões em decorrência dos contratos assinados. 

Gerente

Esquemas que acontecem no Banco do Brasil são mais comuns do que se imagina. No início deste ano, por exemplo, o gerente de banco Thiago Augusto Jacob foi preso suspeito de estar envolvido em desvio de R$ 100 milhões dos cofres da entidade bancária. Na época, estimava-se que o grupo do qual fazia parte, usava inúmeros artifícios para falsificação, dentre eles boletos bancários e cartões de crédito. 

Na época, o gerente foi apontado como um dos responsáveis por facilitar a abertura de contas com documentos falsificados de laranjas. Segundo o tenente afirmou na ocasião, os presos levavam vidas tranqüilas financeiramente, porém não eram adeptos de grandes gastos. Disse também que os presos tinham casas em condomínios fechados de luxo. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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