Mais Médicos deve ser prorrogado por três anos, prevê ministro

O programa poderá ser renovado no mesmo sistema usado atualmente, com pagamento de bolsas aos participantes e incentivo à abertura de cursos de medicina e residência medica em saúde da família

Postado em: 01-11-2017 às 13h30
Por: Márcio Souza
Imagem Ilustrando a Notícia: Mais Médicos deve ser prorrogado por três anos, prevê ministro
O programa poderá ser renovado no mesmo sistema usado atualmente, com pagamento de bolsas aos participantes e incentivo à abertura de cursos de medicina e residência medica em saúde da família

Continua após a publicidade

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, declarou hoje (1º) que o Programa
Mais Médicos, que tem término previsto para 2019, deverá ser prorrogado mais
três anos. O ministro participou, na capital paulista, do World Hepatitis
Summit 2017, encontro que reúne especialistas em saúde pública e organizações
não governamentais (ONGs) para debater a eliminação de hepatites virais.

“Eu não acredito que tenhamos, até 2019, médicos brasileiros, formados
no Brasil, dispostos a estar onde estão os médicos do Mais Médicos. Lugares
afastados, lugares de alto risco, com pouca segurança”, disse ele. O programa,
criado para suprir a falta de profissionais de saúde em regiões pobres e mais
afastadas dos grandes centros, conta com 18.240 médicos em 4.058 municípios,
atendendo 63 milhões de pessoas.

O ministro prevê que o programa será renovado no mesmo sistema usado
atualmente, com pagamento de bolsas aos participantes e incentivo à abertura de
cursos de medicina e residência medica em saúde da família. “Não me parece que
poderemos abrir mão dos conveniados em 2019”, ressaltou o ministro.

Carreira de Estado

O ministro não descartou a possibilidade da criação de uma carreira de
Estado para médicos formados no Brasil no Sistema Único de Saúde (SUS), mas
ponderou que existem grandes obstáculos. “A equação é muito complexa, porque
esbarra em princípios constitucionais da isonomia. O limite constitucional do
teto do servidor público diz que, nos municípios, o maior salário é do
prefeito. Isso não se viabiliza para a contratação de médicos nesses locais”,
afirmou.

Outro ponto levantado pelo ministro é a irredutibilidade de remuneração.
“Pela lógica, [o médico] teria que ganhar muito mais no início da carreira num
posto muito afastado e menos quando vier para cidade grande. Mas a Constituição
não permite a redução do salário”, exemplificou. “Esses princípios constitucionais
dificultam a implantação da carreira médica no Brasil”, disse. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

Veja Também