Doze pacientes morrem por falta de UTI

Os serviços eram prestados por meio de convênio com o Estado, Ministério da Saúde e Prefeitura Municipal e foram suspensos há mais de um mês dias por falta de pagamento

Postado em: 01-11-2017 às 18h50
Por: Lucas de Godoi
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Os serviços eram prestados por meio de convênio com o Estado, Ministério da Saúde e Prefeitura Municipal e foram suspensos há mais de um mês dias por falta de pagamento

Pelo menos 12 pessoas morreram em Itumbiara após a suspensão
do convênio com a empresa UNI VIDA UTI, que garantia 10 leitos de UTI para
pacientes do SUS no Hospital São Marcos. Os serviços eram prestados por meio de
convênio com o Estado, Ministério da Saúde e Prefeitura Municipal e foram
suspensos há mais de um mês dias por falta de pagamento. De acordo com representantes
da empresa contratada, a dívida acumulada passa dos R$ 3, 3 milhões. “Tentamos
todas as formas de negociação com a prefeitura, mas não obtivemos êxito. Então
descobrimos que os pagamentos não foram feitos por falta de documentação e
relatórios dos serviços prestados à Secretaria Estadual de Saúde”, explica
Ricardo Abidala, sócio proprietário da UNI VIDA UTI.

O deputado estadual Álvaro Guimarães (PR), afirma que foi
procurado por representantes da empresa para buscar uma solução junto ao Estado
para pagamento da dívida, e que ao percorrer órgãos e falar com responsáveis
técnicos das Secretarias da Saúde e da Fazenda ficou claro o convênio não está
sendo cumprido por falta de empenho e compromisso do poder público municipal.

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Segundo o superintendente do Tesouro Estadual da Secretaria
da Fazenda, Oldair Marinho, nenhum empenho ou ordem de pagamento foi repassado
à secretaria para empenho de pagamento. “Assim que a prefeitura disponibilizar
a documentação técnica de prestação de contas, estaremos à disposição para
negociar, parcelar, empenhar e pagar a contrapartida do Estado”, disse Oldair
durante reunião com equipe da empresa contratada.

Em 24 de outubro o prefeito de Itumbiara, José Antônio,
afirmou durante entrevista à TV Anhanguera que a prefeitura fez um investimento
para 10 leitos em unidades semi-intensivas que atendem toda a demanda da
cidade, rompendo o antigo contrato firmado, já que não estava sendo mais
satisfatório. “Ações estão sendo feitas para que de fato o serviço se
consolide como UTI e de maneira própria, vamos gerir o serviço, ainda dentro dessa
gestão”, esclareceu.

Um médico de Itumbiara denuncia, de forma anônima, que a
unidade semi-intensiva que o prefeito disponibilizou recentemente aos pacientes
não tem condições de atender a população. Ele diz que a região Sul necessita de
pelo menos 40 leitos de UTI e 10 de isolamento, hemodinâmica e unidade
coronariana. E que esta unidade não conta com médico intensivista responsável
pelos atendimentos. “Nunca vi liberar documentação para UTI em um dia…
Começou a montar na segunda e terminou na terça. No Hospital Municipal de
Itumbiara não tem, se quer, medicamento para atender os pacientes. Tem dia que
não tem material nem para curativos, imagina para cirurgias em pacientes de
alto risco? Estão brincando de fazer medicina! Os pacientes estão sendo
mandados para Goiânia e Santa Helena”, desabafou. 

Foto: Reprodução TV Anhanguera

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