Acaba período integral em Cmeis

Prefeitura de Aparecida de Goiânia passará crianças do grupo cinco de Cmei para escolas. Anúncio da mudança deixou pais desesperados com o fim do período integral

Postado em: 02-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeitura de Aparecida de Goiânia passará crianças do grupo cinco de Cmei para escolas. Anúncio da mudança deixou pais desesperados com o fim do período integral

Wilton Morais*

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura, de Aparecida de Goiânia (SME), anunciou que as crianças do grupo cinco, da educação infantil do município, passarão perderão o direito ao período integral nos Centros Municipal de Educação Infantil (CMEIs) e passarão a estudar em escolas municipais com crianças mais velhas. O objetivo da mudança, que gerou revolta entre os pais, é abrir mais vagas na cidade. 

A SME também disse que a estrutura física das escolas já garante a mudança. O secretátio de Educação e Cultura, Rodrigo Gonzaga Calda, explicou que em janeiro deste ano havia 4.800 crianças na rede municipal de educação e conveniada. O número no decorrer do ano letivo foi ampliado em mais três mil vagas, porém continua insuficiente. Atualmente, a demanda de espera da Prefeitura é de 7.500 alunos. O número representa a metade – 7.212 – dos estudantes, que já estão na educação infantil.

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Apenas no cadastro de reserva para a educação infantil cerca de três mil alunos aguardam vaga. Para o secretário, realizar o remanejo de alunos será fundamental para garantir a legislação que determina que a Educação Infantil primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, que atendem crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial.

“Foi vinculado que a questão da parcialidade. Essas crianças estudariam nos Cmeis de forma parcial. Mas os alunos continuarão sendo atendidos de forma integral nos Cmeis. Terão todos os direitos garantidos”, disse o secretário. Rodrigo também esclareceu que mudanças podem ser realizadas. Mas também garantiu que as crianças de 5 anos serão encaminhadas para as escolas, a partir do ano que vem, para garantir o atendimento da demanda nos Cmeis. Em esclarecimento, há salas de aula vazias em escolas e falta vaga em Cmeis. 

Já para as crianças do agrupamento quatro – com quatro anos de idade – a decisão ficará para o ano que vem. “Essa decisão de passa-lós para a escola ou oferecer o atendimento parcial, deve ficar para 2018”, esclareceu Rodrigo. Além disso, outros novos 15 Cmeis já estão sendo licitados para garantir o atendimento e a demanda do município. “Já daremos a ordem de serviço, assim que os contratos forem assinados. No máximo em 2019 inauguraremos esses Cmeis”. 

A superintendente pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Selma Soares, esclareceu que de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE) todas as crianças de quatro e cinco anos, deveriam ser atendidas em 100%. E as de zero até três anos, o município tem até 2024 para atendê-las. “Com as crianças de quatro anos, a rotina será a mesma. Não serão encaminhadas para as escolas. Apenas as de cinco anos serão encaminhadas para as escolas”, disse. 

Decisão preocupa pais que precisam deixar os filhos em período integral 

No Cmei Valdivina Guimarães da Silva, a decisão da Prefeitura preocupou as mães dos alunos. A operadora de caixa Amanda Cassen está com a filha Maria Cassen, de 4 anos, no grupo três. “Minha filha estuda aqui desde os dois anos. No ano que vem ela já vai para o grupo quatro. Mas se na escola essas crianças tiverem em tempo integral, escola de manhã e atividade extracurricular durante à tarde, tudo bem”. 

Já a esteticista Lorena Vieira contou que ao levar a filha, Ana Luiza, de 4 anos, para o Cmei foi informada que as crianças do grupo quatro iriam participar do remanejo. “Quem está no grupo quatro está tranquilo, porque escolheríamos apenas o horário entre vespertino e noturno. Apenas os integrantes do grupo cinco estão sendo informados”, relatou a mãe.

Ao relatar o impacto da decisão da SME, ela explicou. “É muito difícil. Eu a entrego aqui sete horas da manhã. Não consigo chegar às 17 horas, minha mãe que tem que vir busca-la. Temos a confiança de que no Cmei as crianças serão bem tratadas. As professoras são bem capacitadas. Na escola são crianças mais velhas, mas a crianças de todas as idades de 12 até 13 anos”.

De acordo com as duas mães desde terça-feira (31), ambas começaram a indagar as decisões desencontradas da Prefeitura. “Juntamos um grupo de mães aqui do Cmei, e de outros e vamos protestar. É um direito que temos. Essa mudança do grupo cinco está errada. Temos que continuar lutando. No outro ano minha filha vai para esse grupo. Apenas meio problema foi resolvido. Precisamos que abrem os Cmeis já finalizados e construam outros”, disse Lorena.

“Temos Cmeis construídos, professores aguardando serem chamados, prédios esperando acabamento. Não devem tirar o nosso direito, isso é um retrocesso. Não foi fácil conseguir essa vaga. Foram dois anos tentando”, disse Amanda. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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