Brasil cai 11 posições em ranking de desigualdade entre homens e mulheres

Estudo indica que 68% da desigualdade de gênero no planeta foi combatida, contra 68,3% em 2016 e 68,1% em 2015

Postado em: 03-11-2017 às 08h50
Por: Victor Pimenta
Imagem Ilustrando a Notícia: Brasil cai 11 posições em ranking de desigualdade entre homens e mulheres
Estudo indica que 68% da desigualdade de gênero no planeta foi combatida, contra 68,3% em 2016 e 68,1% em 2015

Depois de uma década de progresso lento, mas contínuo, em
direção à igualdade de gênero, pela primeira vez o Fórum Econômico Mundial
constatou aumento das disparidades entre homens e mulheres no planeta. A
informação consta do Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017, divulgado
ontem (2) pela organização. Por causa da queda da participação feminina na
política, o Brasil caiu 11 posições em apenas um ano.

O estudo indica que 68% da desigualdade de gênero no planeta
foi combatida, contra 68,3% em 2016 e 68,1% em 2015. Todos os quatro pilares do
relatório apresentaram piora na comparação entre homens e mulheres: acesso à
educação, saúde e sobrevivência, oportunidade econômica e empoderamento
político. Até o ano passado, os dois últimos itens vinham apresentando
evoluções.

Continua após a publicidade

Pelo cálculo atual, seriam necessários 100 anos para acabar
com a desigualdade de gênero em todo o mundo. No ano passado, a previsão era 83
anos. A pior situação é a do mercado de trabalho, em que a organização estima
que são necessários 217 anos para acabar com a desigualdade, mesmo com mais da
metade dos 144 países pesquisados tendo melhorado no ítem nos últimos 12 meses.

“Estamos passando da era do capitalismo para a era do
talentismo. A competitividade em níveis nacional e de negócios será decidida,
mais do que nunca, pela capacidade de inovação de um país ou uma empresa. Quem
entende a integração das mulheres como uma importante força dentro do seu grupo
de talentos terá mais sucesso”, afirmou o presidente-executivo do Fórum
Econômico Mundial, Klaus Schwab, segundo a nota da instituição.

O relatório indica que, se a lacuna de gênero na área
econômica em todo o mundo fosse reduzida a 25% até 2025, haveria um acréscimo
de US$ 5,3 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços
produzidos) global.

Brasil

A pesquisa aponta queda de 11 posições do Brasil no ranking
de países em comparação com o ano passado, ficando em 90º. Em relação à
primeira edição da pesquisa, em 2006, a queda foi de 23 posições.

O retrocesso do Brasil o colocou em sua pior situação desde
2011. A baixa participação política das mulheres é o principal elemento que
motivou a queda, apesar de modestos avanços do país no quesito de participação
econômica.

Apesar da piora na classificação, o relatório destaca que o
Brasil resolveu suas diferenças de gênero na área de educação.

O país mais bem colocado no índice geral foi a Islândia, que
resolveu 88% da desigualdade de gênero e permanece no topo da lista há nove
anos. Em seguida vêm Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia. O país mais bem classificado
da América Latina é a Nicarágua, em sexto lugar, seguida pela Bolívia, em 17º.

“Em 2017, não deveríamos estar vendo um progresso em direção
à paridade de gênero ser revertido. Igualdade de gênero é tanto moral quanto um
imperativo econômico. Alguns países entenderam isso e estão vendo os dividendos
das medidas proativas que tomaram para tratar suas disparidades de gênero”,
informou a chefe de Educação, Gênero e Trabalho do Fórum Econômico Mundial,
Saadia Zahidi, no comunicado da organização. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

Veja Também