Pesquisa da UFG constata que pequi do Tocantins é menos calórico

Três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas Gerais

Postado em: 06-11-2017 às 11h40
Por: Márcio Souza
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Três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas Gerais

Fruto nativo do Cerrado, o Pequi
está presente na vegetação de quase todas as regiões do País. O que pouca gente
sabe é que, dependendo da sua origem, ele pode apresentar diferenças
nutricionais. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG)
analisou pequis dos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais e
concluiu que o fruto coletado no Tocantins é o menos calórico e o que contém
mais cálcio. Já os pequis coletados no norte de Minas Gerais e oeste de Mato
Grosso apresentam polpa mais gordurosa.

As variações foram encontradas em
frutos da mesma espécie, porém oriundos de áreas diferentes do Cerrado. Segundo
a responsável pelo estudo e professora da Faculdade de Nutrição da UFG, Maria
Margareth Veloso Naves, é raro existir esse tipo de diferença em frutos da
mesma espécie. “É mais comum que isso ocorra com micronutrientes, como
vitaminas e minerais, e não referentes a lipídios ou proteínas, por exemplo.
Mas no pequi identificamos essa peculiaridade”.

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De acordo com os dados da
pesquisa, três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético
duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas
Gerais.  Por outro lado, os frutos procedentes do Tocantins possuem teor
de cálcio duas vezes maior do que o observado nas polpas dos frutos das outras
áreas. Se comparado com  outros frutos nativos como cupuaçu e graviola, a quantidade
de cálcio chega a cinco vezes mais.

A boa notícia é que mesmo os
pequis do norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso, que têm maior
quantidade de lipídios, podem contribuir para a promoção e manutenção da saúde.
Segundo o estudo, 60% dos lipídios do fruto são gorduras saudáveis, que reduzem
o risco cardiovascular.

Mais coloridos e gordurosos

A pesquisa também observou a
coloração dos frutos, que varia de acordo com a quantidade de carotenóides. Os
pequis coletados no norte de Minas Gerais e Mato Grosso são mais
laranja-avermelhados, ou seja, possuem mais dessa substância. Enquanto os
frutos procedentes do Tocantins e Goiás têm polpa amarela clara, quase branca.
Ao relacionar a quantidade de lipídios com a cor e o teor de carotenóides, a
pesquisa concluiu que os pequis gordurosos são também os com coloração mais
forte.  

Agora, o próximo passo do estudo
é avaliar os tipos de carotenóides presentes no fruto. “Queremos saber, em cada
tipo de polpa, se os carotenóides são antioxidantes, se podem contribuir para
retardar o envelhecimento das células, ou se são pró-vitamina A, que protegem a
visão”, afirma Maria Margareth Veloso Naves. 

Foto: Reprodução 

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