O que se sabe sobre o paradeiro de ‘Dentinho’, homem condenado a 196 anos por diversos estupros

A investigação não descarta a hipótese de que possa ter ocorrido alguma facilitação dentro do sistema prisional. Ele sumiu quando fazia a limpeza da área externa de uma estrutura do sistema prisional do estado

Postado em: 18-04-2022 às 12h28
Por: Alexandre Paes
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A investigação não descarta a hipótese de que possa ter ocorrido alguma facilitação dentro do sistema prisional. Ele sumiu quando fazia a limpeza da área externa de uma estrutura do sistema prisional do estado | Foto: Reprodução

Wanderson Alves Carvalho, conhecido também como Dentinho ou Mulato, de 47 anos, segue foragido. O homem fugiu do Completo Prisional de Aparecida de Goiânia no dia 17 de dezembro de 2021. Até então, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) e a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) não conseguiram descobrir o paradeiro do criminoso, que foi condenado a 196 ano de prisão acusado de cometer mais de 100 estupros.

A investigação não descarta a hipótese de que possa ter ocorrido alguma facilitação dentro do sistema prisional. Ele sumiu quando fazia a limpeza da área externa de uma estrutura do sistema prisional do estado.

Dentinho aterrorizou mulheres de Goiânia e região no início dos anos 2000, até que foi encontrado pela polícia em 2004, escondido numa grota em Paraúna (GO), a 160 km da capital. Atualmente faz cerca de 4 meses que ele segue nas ruas e, ainda, com muitos anos de prisão para cumprir.

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Crimes cometidos por Dentinho

Dentinho agiu entre 2001 e 2004, em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Para cometer os estupros, ele costumava usar uma bicicleta, vestia boné e bermuda. Ele abordava, principalmente, mulheres jovens que estivessem sozinhas na rua, com foco em universitárias. A tática dele era quase sempre a mesma.

O estuprador pedia uma informação na rua e, quando a mulher ia responder, ele a ameaçava com uma arma. Em seguida, a vítima era levada para uma área baldia, onde ele não só praticava o estupro, mas também roubava pertences, como joias e celulares.

Ele costumava agir nas primeiras horas do dia. Dentinho chegou a ser preso em 2001, mas foi solto por falta de provas. Em 2004, novamente detido e com relatos mais robustos sobre sua atuação, ele foi reconhecido de imediato por 31 vítimas na Delegacia da Mulher em Goiânia.

Em Aparecida de Goiânia, outras 51 mulheres registraram ocorrência contra ele e 11 o reconheceram, assim que o viram. Além disso, havia mais dezenas de registros em outras delegacias, inclusive na Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente.

Foto: Vinicius Schmidt

Condenado a 196 anos, o criminoso era considerado “cela livre”

Dentinho é considerado um homem bastante perigoso. Ele foi condenado a mais de 196 anos de prisão, por crimes como estupro, violação sexual mediante fraude, porte ilegal de arma de fogo, estupro de vulnerável e outros. Devido ao tempo preso e ao bom comportamento, ele usufruía de certas regalias.

O estuprador era considerado “cela livre”, ou seja, podia passar o dia todo fora das grades, no pátio interno e com acesso às dependências da unidade prisional. Meses antes de sua fuga, ele passou a fazer a limpeza e a jardinagem do Núcleo de Custódia, considerado o presídio de segurança máxima de Goiás.

É nessa unidade que ficam os presos famosos e considerados de alta periculosidade. Foi lá, por exemplo, que ficou preso João Teixeira de Faria, o João de Deus, e onde está Tiago Henrique Gomes da Rocha, que ficou conhecido como o serial killer de Goiânia em 2014, responsável pela morte de dezenas de mulheres.

Como ocorreu a fuga

Dentinho teria se aproveitado do momento em que fazia o trabalho de limpeza para fugir do presídio, de acordo com o que foi informado inicialmente pela DGAP. No dia 17/12, ele foi escoltado da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), unidade onde ele estava detido, até a base do Grupo de Guaritas e Muralhas (GGM), que fica nas dependências da Gerência de Segurança, para fazer a limpeza do local.

Ao retornarem para a POG, no início da noite, as equipes de GGM notaram que Dentinho não havia retornado. Ele havia fugido e, desde então, sobrevive o mistério em torno da fuga do estuprador. Em nota, a DGAP respondeu que foram instaurados procedimentos administrativos internos para apurar as circunstâncias da fuga e que o caso segue sendo investigado pela Corregedoria Setorial.

Novo mandado

A fuga de Dentinho só se tornou pública dois dias depois. No Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), é possível pesquisar o nome dele e verificar que foi expedido um novo mandado de prisão para recapturá-lo. A pena que segue imposta a ele é de 181 anos, três meses e 20 dias, em regime fechado.

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