Por medo de represálias família deixa Alexânia

“A família dele está temporariamente fora da cidade”, disse ao O Hoje a delegada responsável pelo caso, Rafaella Azzi

Postado em: 08-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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“A família dele está temporariamente fora da cidade”, disse ao O Hoje a delegada responsável pelo caso, Rafaella Azzi

Marcus Vinícius Beck*

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Os familiares de Misarael Olair, de 19 anos, saíram ontem (7) do município de Alexânia, a 99 quilômetros de Goiânia, após terem conhecimento do assassinato de Raphaela Noviski, de 16 anos, para evitar represálias por parte da população local. “A família dele está temporariamente fora da cidade”, disse ao O Hoje a delegada responsável pelo caso, Rafaella Azzi. Quando retornarem, eles devem ser ouvidos pelo juiz para que o julgamento do caso prossiga. Misrael e o comerciante Davi José de Souza, 49, que deu carona para o rapaz fugir do local do crime, devem responder por feminicídio, cuja pena pode chegar a 30 anos.

Ainda comovida pela tragédia que tirou a vida de sua filha, a mãe da estudante, Rosângela Pereira da Silva, afirmou que espera que haja punição para os culpados pelo assassinato da adolescente que ocorreu na manhã da última segunda-feira (6). Ela ainda disse que os culpados foram responsáveis por destruírem sua vida, e a vida de sua família. O pai de Raphaella, Leandro Márcio Romano, também se mostrou revoltado com o crime, e salientou que a forma como a morte ocorreu foi muito triste. 

Sob clima de consternação e tristeza, a menina Raphaella foi velada na manhã de ontem (7), no Cemitério Campo da Saudade, em Alexânia. No sepultamento, parentes e amigos soltaram balões para simbolizar a partida da vítima. Entre os cânticos – Raphaella era evangélica -, os parentes expressaram a indignação que lhes acometeu após o ato de covardia praticado por Misael Pereira Olair. A menina era voltada à família e, de acordo com relatos de pessoas próximas, tinha ligações com a religião, a qual era ligada desde criança.

Horas antes de o crime acontecer, Misrael teria ameaçado a estudante. De acordo com uma prima de Raphaella, que também estudava no Colégio Estadual 13 de Maio, a garota convivia constantemente com ameaças por parte de Misrael e, inclusive, horas antes do crime, chegou a ser dele, por telefone, em que a jurava de morte. Pouco tempo depois, ela foi morta ao ser atingida por onze tiros no rosto. 

Em outra ocasião, Misrael tentou invadir a casa da avó da menina, que é cadeirante. De acordo com a prima da vítima, ela nunca chegou a procurar uma delegacia, pois acreditava que as ameaças um dia iriam acabar. A testemunha não estava presente na sala de aula durante o tiroteio, mas narrou os minutos de pânico que tomaram conta da escola após o tiroteio. Após efetuar os disparos, ele supostamente teria dito “eu te odeio” para Raphaella. 

O caso

Na última segunda-feira (6), a estudante Raphaella Noviski, 16, foi morta com onze tiros no rosto dentro do Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, no entorno do Distrito Federal. O autor dos disparos, Misael Pereira de Olair, 19, foi preso flagrante. Ele chegou a economizar um ano para conseguir comprar o revolver calibre 32, que foi usado no crime. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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