60% dos alimentos estão contaminados

De acordo com a pesquisa, em 36% das amostras foi observada alguma irregularidade. Entre as quais estão agrotóxicos já banidos do país e de quantidade acima do limite máximo de resíduos permitido

Postado em: 09-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com a pesquisa, em 36% das amostras foi observada alguma irregularidade. Entre as quais estão agrotóxicos já banidos do país e de quantidade acima do limite máximo de resíduos permitido

Wilton Morais* 

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A pedido da organização não governamental Greenpeace, o Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo divulgou uma pesquisa nacional em que 60% dos alimentos que a população brasileira consome contem resíduos de agrotóxicos. Apesar de a pesquisa ter considerado alimentos de São Paulo e Brasília, abrange todo o País, devido à comercialização entre os Estados.

De acordo com a pesquisa, em 36% das amostras foi observada alguma irregularidade. Entre as quais estão agrotóxicos já banidos do país e de quantidade acima do limite máximo de resíduos permitido no Brasil.

Ao todo foram analisados 113 quilos de alimentos, divididos em 50 amostras. Entre os testados pela pesquisa estão alimentos como mamão formosa, tomate, couve, pimentão verde, laranja-pera, banana-prata, banana-nanica, café, arroz integral, arroz branco, feijão-preto e feijão-carioca.

Segundo alerta do Greenpeace, em diversos alimentos foi encontrado mais de um resíduo de agrotóxico. Essa mistura pode causar o conhecido efeito coquetel. No corpo, os efeitos não são conhecidos e podem ser diferentes dos efeitos causados pelas substâncias isoladas.

Como proposta, o Greenpeace sugere que a população pressione para que a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos – projeto de lei que está na Câmara, seja aprovada.

Goiás

Em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), esclareceu que a fiscalização dos alimentos acontece nas lavouras. E quando há registro de irregularidades, uma amostra dos alimentos é destinada há um laboratório para a comprovação. No caso de comprovada as irregularidades, as providencias serão tomadas. Denúncias podem ser realizadas juntamente ao órgão de forma anônima.

Além disso, conforme a Agrodefesa, as Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás (Ceasa), em parceria com a Vigilância Sanitária, realiza ações para averiguar a procedência dos alimentos. 

Conforme o químico Wilson Botter Junior, em via de regra todo agrotóxico é um biocida para combater pragas e seres vivos que produzem mal a lavoura. Mas em caso de consumo exagerado, os agrotóxicos são prejudiciais. “Se produzimos alimentos sem equipamentos de proteção para aplicar o agrotóxico e consumir de forma exagerada, com certeza trará danos ao consumidor”. 

Como orientação para o consumo, lavar os alimentos é uma das opções. “É preciso lavar bem os alimentos. Mesmo assim, alguns agrotóxicos podem incorporar no alimento, principalmente em uso elevado. É muito difícil, existir uma lavoura sem agrotóxicos. Em larga escala é impossível. Na agricultura orgânica, por exemplo, não é possível produzir de forma intensa”, explicou ao afirmar que é praticamente impossível viver sem agrotóxicos. 

Entre os malefícios do agrotóxico em exagero estão a desregulação hormonal, malformação, distúrbios no sistema nervoso, reprodutivo e imunológico, e até o câncer. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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