Lojistas da 44 reclamam das vendas do fim de ano

Queda representa 70% das vendas. Expectativa de associações é de que passem 3 milhões de pessoas pela região

Postado em: 11-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Queda representa 70% das vendas. Expectativa de associações é de que passem 3 milhões de pessoas pela região

Wilton Morais*

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Na segunda semana do mês de novembro, comerciantes da região da Avenida 44, em Goiânia reclamam da falta de vendas e do baixo movimento, no mês que antecede as comemorações de fim de ano. “Essa semana não vendemos nada”, relatou a proprietária de uma loja de roupas femininas, Edme Marinho. “Estamos com pouco movimento. Do lado de fora até tem movimento, mas só passam pessoas. Esse mês está mais fraco que agosto. Já passamos do dia 10 de novembro”, disse. 

Para os lojistas, o movimento de pessoas não significa vendas. “Temos é que vender. Por exemplo, quem tem loja na frente [das galerias] vende mais. Mas as despesas são maiores. Eu não vendi R$ 1 mil hoje (sexta). Há três anos, no início da tarde já havíamos vendido R$ 5 mil em um único dia. As vendas caíram mais de 70%, 2014 foi um ano ótimo. Agora só piorou”, relatou Edme.

Já o vendedor de roupas masculinas, César Silva, que trabalha na região há oito anos, relata que tem expectativa de melhorias para as próximas semanas. “Na segunda-feira (13) já esperamos mais movimentos, que deve acontecer até o dia 20 de dezembro. Mas considerando quatro anos atrás caiu muito o movimento, ele está atrasado. Em outubro já vendíamos melhor”, relatou. 

De acordo com o comerciante, pode haver melhora nas vendas, mas não o suficiente, como em anos anteriores. “Em meus cálculos, as vendas em dois anos caíram cerca de 40%. E isso é muita coisa”, considerou.

Leoneta Araújo, vendedora de roupas femininas, por atacado, também avaliou o movimento como fraco. “As vendas caíram, e não temos movimento. Antigamente, há três anos, tínhamos excursões de compra, hoje não temos mais. Diminuiu 70% das vendas. Isso é por conta dessa economia instável. Apesar disso, a pessoa tem deixado para a última hora. Mas o mês de outubro foi fraquíssimo, antes era o mês que iniciava o aumento das vendas”, contou. A atacadista relatou os reflexos, “Em relação a este ano, sobrevivemos. Mas desde que surgiu essa crise, a 44 nunca foi a mesma”. 

Associação 

A Associação Empresarial da Região da 44 (AER44) estima que 150 mil empregos diretos são gerados na região da 44, que atrai por mês mais 700 mil turistas de compras e movimenta mensalmente R$ 570 milhões. Ainda esse mês, a Associação assegura que cerca de três milhões de pessoas, passem pelo polo de confecção e moda. 

Além disso, Goiânia é conhecida como a Capital das feiras e do comércio popular. Ao todo são mais de 12 mil lojas e empreendimentos, apenas na região da 44, entre galerias e shoppings.

Para a presidente da Associação dos Lojista da 44, Priscila Gonçalves devido a atuação dos ambulantes na região, as vendas também sofrem quedas. “Antes, a guarda municipal atuava de dia e de noite. Hoje, como não faz mais isso, os ambulantes intensificam a atuação. Ou seja, em média, 50 a 100 ônibus chegam na Região da 44 por dia. Os clientes chegam de madrugada, quando as lojas ainda estão fechadas e os ambulantes aproveitam para alavancar as vendas”, considerou. (Wiltos Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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