Aumenta estatística de adolescentes assassinados

A pesquisa Índice de Homicídios de Adolescentes (IHA) contabilizou aumento em nove dos dez municípios goianos que participaram do levantamento

Postado em: 13-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A pesquisa Índice de Homicídios de Adolescentes (IHA) contabilizou aumento em nove dos dez municípios goianos que participaram do levantamento

Marcus Vinícius Beck*

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Nove dos dez municípios de Goiás que possuem mais de 100 mil habitantes apresentaram aumento na taxa de adolescentes que morreram assassinados entre 2005 e 2014. Os dados, que foram divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), estimou que dos 177 adolescentes mortos a cada mil habitantes subiu para 4,76, em Goiânia, o que coloca a Capital entre a décima das que mais matam jovens de 12 a 18 anos no País.

Em Goiás, dez municípios foram analisados pela pesquisa Índice de Homicídios de Adolescentes (IHA). Luziânia, que fica no Entrono do Distrito Federal, mostrou redução no número de homicídios. No município, o IHA saiu de 6,16 para 5,95. Em contrapartida, o maior número de adolescentes assassinados está na mesma região. O município de Novo Gama registrou IHA de 8,28, seguido por Valparaíso com 7,25, Luziânia e Águas Lindas de Goiás, que contabilizaram 5,95 e 5,33, respectivamente. 

Pesquisador do Observatório da Juventude da Universidade Federal de Goiás (UFG), o sociólogo Flávio Sofiati, afirma que determinados segmentos sociais estão mais ‘visados’ a morrerem de forma violenta. Segundo ele, as principais causas que levam os adolescentes a morte são assassinatos e acidentes de trânsito. “O Brasil – e o Estado de Goiás está inserido neste contexto – possui um grupo social que é composto por homens, jovens, negros, pobres, moradores de periferia – um segmento social, uma categoria social – que é mais vulnerável”, frisa.

Diante disso, uma pesquisa do Núcleo de Estudos Sobre Criminalidade e Violência (Necrivi) da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, informou que a participação de adolescentes em crimes é menor do que a de adultos. O estudo ainda evidenciou que a maioria dos jovens que comete crimes mais suscetíveis à morte são não-brancos, com 75,9%, e família de baixa renda, que apresenta 62,8%. O nível de escolaridade também é um problema constatado pelo levantamento, pois 69,8% não tiveram acesso à educação. A quantidade de beneficiários de programas sociais era apenas de 6,9%.

Durante coletiva de imprensa, no último mês de agosto, quando foi anunciado a instalação do Observatório dos Grupos de Vulnerabilidade Social, a degelada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Paula Meotti, frisou que discutir violência é um dos pontos principaisà sociedade, o que deve ser encarado pelas autoridades como um desafio. “Dificilmente um agressor infantil não tem um histórico, por exemplo, de agressão à mulher”, disse Meotti, à época. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Chysthian) 

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