Homem que tentou atropelar policiais militares em Goiânia vai a júri popular

Ao notar que o cerco estava se fechando, de forma intencional o acusado acelerou o carro na direção de um dos animais, provocando a morte de dos cavalos

Postado em: 04-05-2022 às 15h56
Por: Rodrigo Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Homem que tentou atropelar policiais militares em Goiânia vai a júri popular
Ao notar que o cerco estava se fechando, de forma intencional o acusado acelerou o carro na direção de um dos animais, provocando a morte de dos cavalos | Foto: Divulgação da PM referente a outro atropelamento em 2020

A 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, mandou a júri popular, nesta quarta-feira (04/5), um homem acusado de tentar matar dois policiais militares em decorrência de atropelamento em Goiânia. O crime aconteceu em 30 de outubro de 2020, no momento em que as vítimas estavam em policiamento montado na Praça Coronel Diógenes, região leste da capital.

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara avaliou uma possível existência de crime doloso contra a vida, sem proceder a qualquer juízo de valor acerca da sua motivação, e por isso, é caso de submeter o acusado ao Tribunal do Júri.

Relembre o caso

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No dia do crime, as vítimas estavam na Praça Coronel Diógenes, na Vila Jaraguá, em policiamento montado denominado Regimento de Serviço Montado (RPMON), quando, no mesmo momento, outras militares, ocupando uma viatura, faziam patrulhamento ostensivo pela Rua 250, instante em que se depararam com um veículo dirigido pelo denunciado.

A suspeita era de que o automóvel estava sendo utilizado para a prática de furtos em residência, por isso os policiais resolveram dar início aos procedimentos para abordagem. Quando denunciado, não obedeceu à ordem de parada e fugiu para Avenida Marginal Botafogo, onde bateu em vários carros, e seguiu para a Perimetral Norte em direção à Vila Monticelli.

Quando passou pela Praça Coronel Diógenes, onde estavam as vítimas, estas resolveram montar em seus animais e saíram a galope para ajudar no acompanhamento. Após percorrerem algumas ruas, os policiais visualizaram o veículo do suspeito trafegando no sentido aposto. Ao notar que o cerco estava se fechando, de forma intencional o acusado acelerou o carro na direção de um dos animais, provocando a morte de dos cavalos. Um dos policiais conseguiu correr.

O suspeito continuou acelerando o carro na direção do segundo animal e o atingiu. Com o impacto a policial que montava no cavalo foi arremessada para o alto e em seguida caiu no solo, tendo sofrido diversas lesões, inclusive no direito do peito.

O homem, contudo, foi contido com um tiro e depois preso e encaminhado para a delegacia. Dentro do carro foram apreendidos um simulacro de arma de fogo, um gerador de energia, um motor de popa e dois aparelhos celulares.

Justiça

O juiz considerou coerente a pronúncia do suspeito, uma vez que põe fim a uma fase processual, mas não ao processo. “A pronúncia encerra o direito de acusação e dá início para a segunda fase do processo, que vai da preparação do processo para julgamento em plenário até a sentença de condenação ou absolvição.”, declarou o juiz.

Jesseir Coelho ressaltou que as provas materiais dos crimes de tentativa de homicídio, dispensa atrasos no julgamento, tendo em vista que se encontra devidamente comprovada pelos Laudos de Exame de Lesões Corporais. “No que concerne à autoria, há indícios nas investigações de que o denunciado pode ter sido o autor do delito”, afirmou.

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