Preço alto nas bombas eleva custo dos alimentos

Impacto pode ter reflexo imediato no bolso do consumidor

Postado em: 15-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Impacto pode ter reflexo imediato no bolso do consumidor

Marcus Vinícius Beck*

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Se os protestos contra o aumento dos preços da gasolina e do etanol persistirem, as bombas dos postos de combustível devem amanhecer nesta quinta-feira (16) em situação de desabastecimento na Região Metropolitana de Goiânia. Os protestos, que reivindicam a diminuição do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), contam com a adesão de pelo menos 250 caminhoneiros. Na Capital, o litro da gasolina comum gira em torno de R$ 4,49 e do etanol R$ 3,29. Até o fechamento desta edição, cerca de 60 postos não contavam com nenhuma gota de combustível nas bombas. 

Desde que foi anunciado o aumento do ICMS, o impacto da alta dos preços passou a ser sentido imediatamente no bolso do consumidor. Os últimos dias foram marcados por ajuste quase diários anunciados pela Petrobrás. Segundo o economista Marcus Antônio Teodoro, essas medidas vão se refletir no orçamento da população, com o aumento de produtos farmacêuticos e alimentícios, por exemplo. “O impacto não vai ser dos melhores, pois o reflexo no bolso do consumidor vai ser imediato”, explica. 

Segundo o porta-voz do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Antônio Carlos, se as manifestações permanecerem, a situação do desabastecimento deve piorar ao longo do fim da semana. “Postos do interior também já apresentam o mesmo problema que vários postos de Goiânia”.

As estradas das distribuidoras de combustíveis foram bloqueadas em Goiânia e Senador Canedo por manifestantes contrários ao aumento do ICMS na última segunda-feira (13). Eles impediram a saída de caminhões-tanque para os postos, e criticavam a taxação sobre combustíveis. Como reflexo da mobilização, gasolina e etanol já começaram a faltar em alguns postos da Capital. Paralelamente, a Petrobrás informou que haveria um aumento de 1,2% no preço da gasolina. 

Os protestos contra o aumento devem continuar, pois os organizadores ainda não foram ouvidos pelas autoridades a respeito da taxação dos combustíveis. O Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado apoiam as manifestações.

Incômodo

O Hoje fez um giro por alguns postos da Capital e percebeu que realmente há falta de combustíveis. O motorista particular por aplicativo, Luiz Cláudio Cavalcante, 41, crê que a alta dos combustíveis vai impactar o salário do motorista, tornando-o cada vez menor. Com isso, ao terminar uma corrida, ele sempre busca um melhor posicionamento em Goiânia para aumentar o número de viagens.  “Terminamos a corrida, andamos alguns metros e já desligamos o carro e esperamos a próxima chamada”, relata.

O estudante Vitor Hainy, 22, conta que no Setor Leste Vila Nova, na região norte de Goiânia, já se sente o impacto dos protestos. “A tendência é tudo voltar ao normal quando as distribuidoras forem desbloqueadas. Nos últimos dias houve uma procura porque o pessoal ficou preocupado de ficar sem combustível”, afirma o estudante.

Outros condutores também sentem o reflexo das manifestações. “No feriado, ficamos com o carro estacionado em casa, já que muitos postos não tinham combustível para suprir a demanda”, diz o vendedor Marco Polo, 43. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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