Quinta-feira, 28 de março de 2024

Frente fria chega a Goiás nesta terça-feira (10)

Na Capital, a mínima deve ser de 16ºC, com chances de chuvas isoladas

Postado em: 09-05-2022 às 10h50
Por: Daniell Alves
Imagem Ilustrando a Notícia: Frente fria chega a Goiás nesta terça-feira (10)
Na Capital, a mínima deve ser de 16ºC, com chances de chuvas isoladas | Foto: Reprodução

Os goianos já podem preparar o casaco. Nesta terça-feira (10), uma frente fria chega ao Estado, com queda de temperatura mais acentuada principalmente na região Sudoeste do Estado, com mínima de 12°C, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na Capital, a mínima deve ser de 16ºC. As informações são da chefe regional do Inmet, Elizabete Alves, em entrevista ao O Hoje. 

“Isso significa que a atmosfera vai continuar instável e variando entre aumento de nuvens e chuvas isoladas e declínio de temperatura principalmente na região sudoeste (Jataí, Rio Verde e Mineiros)”, aponta ela. O Estado tem registrado temperaturas mais baixas pela manhã e à tarde o sol aparece, deixando a temperatura mais alta. 

O fenômeno é chamado de amplitude térmica, explica a chefe do Inmet. “À noite, principalmente quando não tem nuvem no céu, perde radiação, perde energia para a atmosfera. A superfície fica mais fria na medida que vai amanhecendo. A gente tem aquela perda de radiação esfria bastante pela manhã. Com o nascer do sol, vai aquecendo novamente e atinge temperaturas mais elevadas”, diz. 

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Segundo ela, quando tem atuação de frente fria os ventos são mais frios e a corrente de ar, acaba ocasionando resfriamento da superfície, declinando a temperatura pela manhã. “Quando a frente fria é mais intensa fica a nebulosidade, mas não irá aquecer da mesma forma. Temos essas condições nesse período de outono e inverno, quando predomina a amplitude térmica”, afirma. 

Chuvas isoladas 

A frente fria desta semana tem condições de chuva em Goiânia e na região Centro-Sul do Estado, podendo ocorrer de forma isolada. “Há uma tendência de uma nebulosidade mais fechada. Em maio, ocorrem pancadas de chuva, mas são poucas. Normalmente o mês tem essa condição de chuva na Região Sudoeste. A tendência de temperatura é em torno de 12°C e em Goiânia 17°C”, informa Elizabete. 

Distribuição desigual 

Contudo, chove bastante em determinadas regiões e em outras não. O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, explica que ocorreram chuvas mais volumosas em fevereiro, mas em compensação março foi 60% a menos do previsto. “É um descompasso. Se formos analisar os números, os pancadões de chuva não foram bem distribuídos”, avalia André. 

A distribuição irregular das chuvas no Estado é atribuída ao fenômeno La Niña, ressalta o gerente do Cimehgo. Ele explica que o fenômeno interfere na produção de frente fria. “Estamos com poucas frentes avançando no País e nós dependemos dessas frentes frias para que chova. Com menos chuvas, a temperatura tende a aumentar e a umidade do ar a se reduzir”, informa.

Outros fatores também contribuem na falta de chuvas de forma regular em Goiás. É um acúmulo de acontecimentos dos últimos anos. “Tivemos uma irregularidade nos últimos cinco anos, com baixos índices pluviométricos”, aponta André. 

Por outro lado, o grande volume de chuva em fevereiro trouxe uma melhor recuperação dos reservatórios de água. “Se observamos as chuvas começaram a se encerrar em março redução significativa. Em abril choveu abaixo da climatologia”, afirma. Desse modo, o uso racional da água é de extrema importância para evitar a escassez no período de estiagem. 

Abastecimento 

O gerente do Cimehgo aponta que as chuvas também contribuíram para encher os reservatórios. Entretanto, a recomendação é para que a economiza seja palavra de ordem. Goiânia conta com o abastecimento de água tratada universalizado, garantindo aos cidadãos goianienses o acesso ao serviço. Essa realidade supera a média brasileira para o quesito: 83,3%, segundo o mais recente diagnóstico do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis). 

Existem três sistemas produtores, que utilizam dois mananciais: Meia Ponte (captação superficial) e Mauro Borges/João Leite (água represada). O Sistema Meia Ponte é constituído pela Captação Meia Ponte e pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Meia Ponte, cuja capacidade de tratamento é de 2.000 l/s. Já o Sistema Mauro Borges/João Leite engloba a Barragem João Leite, a ETA Mauro Borges e a ETA Jaime Câmara – que têm capacidade de tratamento de 4.000 l/s e 2.000 l/s, respectivamente. (Especial para O Hoje).

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