Cresce nascimento de prematuros

Materno Infantil é referência goiana em partos de média e alta complexidade

Postado em: 17-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Materno Infantil é referência goiana em partos de média e alta complexidade

Wilton Morais*

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É comemorado hoje (17), o Dia Mundial da Prematuridade. A data levanta questões de importância do tema, e chama a atenção para partos que tenham preocupação com a vida da mãe e do bebê. Dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde (MS), atestam que a estatística é de que a cada dez crianças nascidas, uma é prematura, representando 10%.

Já o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta uma taxa de prematuridade foi de 7,2%, em 2010. O que representa aumento da prematuridade, ao longo dos anos, considerando dados mais recente de uma pesquisa universitária com 12 instituições Brasileiras, em que é apontado 11,7% de prematuridade.

Em Goiânia, o Hospital Materno Infantil (HMI) é referencia em casos de partos de média e alta complexibilidade, e com risco para mãe e bebê. Esse tipo de nascimento no Hospital atualmente representa cerca de 40% dos partos realizados.

Viviane Fernandes Rosa Almeida é cabelereira, e conta que ganhou a filha Maria Clara há pouco menos de um mês. “Eu assustei quando fiquei sabendo que tinha que tira-la às pressas. Quando eu descobri que tinha retido todo o líquido, corri para o Materno. Foi muito assustador. Eu não sabia. O medico tinha me contado que estava normal. Mas o erro foi dele, ao me passar um medicamento que eu não poderia tomar”, contou. Mária Clara nasceu com 35 semanas. 

Ao chegar no HMI, a mãe realizou ultrassom e teve que retirar a filha as pressas. “Ela já estava sem oxigênio”, disse. A mãe, que veio de Aragoiânia conta que a experiência após o parto foi boa. “Se não fosse o hospital, minha filha teria morrido. Aqui tive todo o suporte e estrutura. No plantão da minha cidade, o médico tentou a vaga no Materno o mais rápido possível”, contou a mãe com a primeira filha no colo. “Eu tava preparando para ter uma gravidez normal. Não sabia que teria problemas. Ela nasceria dia 28 deste mês”, complementou.

Já a estudante Caroline Aparecida foi mãe de gêmeos. Nascidas há 4 dias, as meninas Helena Ferreira e Eloah Ferreira, chegaram para alegrar a família. As meninas são sobrinhas das primeiras gêmeas da Maternidade Dona Iris. Mas desta vez, o parto também foi no HMI. “Eu descobri a gravidez com três meses de gestação. O parto prematuro, foi por conta de serem gêmeas. De repente a bolsa estourou e tivemos que vir para o hospital”, disse Carolina.

Para a estudante, o medo de perder as filhas no início a deixou aterrorizada. “Eu não podia engravidar assim tão rápido por conta de saúde. Quando descobri foi um susto. Elas são meu grande milagres”, contou. A mãe avalia que ao todo foram 33 semanas. “Eu não me preocupava comigo. Apenas com elas”, relatou.  

Neonatologista alerta para os cuidados com o bebê  

A coordenadora de neonatologia do HMI, Rejane Vieira considera que hoje é um dia de mobilização, quanto ao diagnostico e assistência precoces. “O fato de o Materno Infantil ser uma referencia, permite que essas gestações de alto e médio risco no Estado sejam realizadas no Hospital. Em alguns meses, essa taxa de natalidade de bebês prematuros chega até 50%”, considerou. 

De acordo com a médica, os bebês que nascem antes das primeiras 37 semanas, nescessitam de ainda mais cuidados. Para a médica, ainda não foi possível descobrir uma justificativa para o aumento do número de prematuridade, mesmo com o avanço contínuo da medicina. “Mesmo que se detecta o parto prematuro, e atuando na tentativa de evitar o prematuro, isso não é evitável em 100%, ainda”.

Conforme a médica, o baixo nível sócio econômico, assim como o baixo acesso ao pré-natal, e idade menor que 16 anos, ou superior á 35 anos, são fatores que colaboram para o acontecimento de um parto prematuro. “Uma mãe que teve uma gestação prematura anteriormente, em uma segunda, também corre esse risco. As chances são maiores. Doenças hipertensivas, má formação no útero também são fatores que colaboram”, relatou a médica.

Além disso, as cesáreas eletivas por conta de datas podem resultar no parto prematuro. “O melhor jeito é marcar a data pela última menstruação. Porque por exames, pode haver ricos, e o parto acontece com diferença de umas duas semanas”, exemplificou. 

Riscos 

Conforme a médica, os riscos para a mãe podem ser causados desde a pressão, descolamento prematuro de placenta. Já para o bebê, os riscos estão relacionados à antecipação do parto. “A prematuridade extrema causa risco de vida. Esse bebê não esta pronto para nascer, e ocorre riscos de sequelas”, disse Rejane.

A neonatologista aponta ainda, que muitas pacientes mesmo fazendo todo o pré-natal, ainda assim possuem um parto prematuro. “Essa data alerta para os sinais, a importância de procurar um atendimento especializado, em gestação de alto risco, que dará um suporte melhor para as mães e bebês”, considerou. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades de Rhudy Crysthian) 

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