MP pede que postos reduzam os preços

Medida que irá diminuir o valor do combustível faz parte de inquérito civil público. Procon diz que lucro está acima do praticado em outros estados

Postado em: 17-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Medida que irá diminuir o valor do combustível faz parte de inquérito civil público. Procon diz que lucro está acima do praticado em outros estados

Marcus Vinícius Beck*

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Postos de combustíveis devem começar a retomar a margem de lucro média praticada em julho deste ano dos preços de etanol e gasolina, na Região Metropolitana de Goiânia. A Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon) concluiu que o aumento da margem foi o principal responsável pela alta dos preços – alguns postos chegaram a vender gasolina quase a R$ 5 o litro. O reabastecimento dos postos está sendo retomado após protesto que bloqueou por três dias a entrada e saída das distribuidoras de combustíveis em Goiânia e Senador Canedo. 

A medida faz parte de uma das ações do inquérito civil público que está em andamento pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) para apurar possíveis práticas de preços abusivos. De acordo com a superintendente do Procon, Darlene Araújo, o lucro está acima do dobro praticado em outros estados. Em Goiás, o lucro bruto da gasolina gira em torno de R$ 0,60. No Paraná, por exemplo, o valor é de R$ 0,30. Para ela, o aumento dos preços dos combustíveis se deu por conta da margem de lucro elevada dos postos. 

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto) crê que os protestos podem gerar uma redução no percentual de lucros dos estabelecimentos. A entidade diz que cada dono de posto tem de refletir acerca dos preços cobrados. O Sindiposto justifica que o preço da gasolina é livre, porém em cenário de crise o valor cobrado não pode ser alto, mesmo com as adversidades como o aumento do preço pago nas distribuidoras. 

Descontentes com o aumento, motoristas de vans, caminhões e aplicativos começaram a protestar na madrugada da última segunda-feira (13). Os manifestantes bloquearam a entrada e saída de caminhões-tanque nos locais. Com a ação, pelo menos 12 milhões de litros de combustíveis deixaram de circular. De acordo com estimações do Sindiposto, o protesto causou prejuízo de aproximadamente R$ 40 milhões ao setor. 

Diante disso, em Minaçu, no interior do Estado, o valor do litro da gasolina chegou a R$ 5,02. Os postos em inúmeras cidades do interior ficaram sem o combustível. Nos locais em que se encontrava combustível o motorista enfrentava filas enormes para abastecer o veículo. 

Reclamações

A reportagem de O Hoje conversou com vários motoristas nos últimos dias, e constatou que eles estão apreensivos com o aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Motoristas por aplicativos, por exemplo, já sentem o impacto da alta dos combustíveis. “Terminamos uma corrida, andamos alguns metros e já desligamos o carro e esperamos a próxima chamada”, relatou na última terça-feira (14) o motorista por aplicativo, Luiz Cláudio Cavalcante, 41. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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