Farmácias poderão administrar vacinas

Marcus Vinícius Beck*

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), permitirá que sejam aplicadas vacinas em farmácias – caso a iniciativa passe pelo trâmite da aprovação em consultas públicas. Entidades farmacêuticas vêem a medida com bons olhos. No entanto, instituições médicas acreditam que o projeto contribuirá para uma espécie de “precarização” do setor.

Para o Conselho Regional de Farmácia (CRF-GO), a resolução será benéfica para a sociedade, podendo contribuir para uma atuação mais eficaz no combate aos vários tipos de doenças. O órgão ainda lembrou que há farmácias em várias localidades da Capital, o que pode contribuir para o aumento no índice de imunização do Estado e, por conseguinte, do país. Segundo o CRF-GO, o fato de haver vários pontos de atendimento podem ajudar a cumprir as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS). 

Já a Sociedade Goiana de Infectologia (SGI) disse que é primordial contar com a presença de um profissional no momento em que for realizado o procedimento em função de uma adversidade poder surgir na hora da vacinação. A entidade, ainda, salienta que é fundamental compreender as mudanças promovidas a partir do momento em que for disponibilizada uma vacina num local que não esteja adequado para receber o atendimento. A SGI enxerga a iniciativa como uma forma de atenuar possíveis riscos de contaminação à população. 

São necessárias também algumas exigências para a clínica poder fornecer a vacinação. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), essa exigências são importantes e estão sendo retiradas da nova proposta. Em análise na Anvisa, a proposta de regulamentação afirma que o estabelecimento deve possuir um profissional habilitado para o serviço de vacinação.

Mas para pôr em prática a iniciativa é necessária que alguns cuidados para não prejudicar a população sejam tomados. De acordo com a Anvisa, a permissão para farmácias disporem de vacinas está prevista na Lei n° 13.021/2014, que trata sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. “A fim de diminuir o risco da população brasileira frente aos possíveis usos da administração inadequados de um medicamento tão peculiar quando a vacina”, disse a Anvisa, ao justificar sua proposta.

População

A campanha de vacinação dividiu opiniões entre pessoas que foram ouvidas pela reportagem de O Hoje no fim da tarde de ontem (16). A geógrafa Andréia Cristina Tavares, 44, disse que a medida irá facilitar a vida de quem não possui plano de saúde, por exemplo. “O problema, deste caso, serão as filas que vão formar nas farmácias”, comenta. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)