Goiás ocupa a sétima menor taxa de desemprego do País

Dados do IBGE, apontam índice de 8,9% no primeiro trimestre de 2022, em igual período de 2021, a taxa de desemprego estava em 13,9%

Postado em: 17-05-2022 às 08h48
Por: Ítallo Antkiewicz
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Dados do IBGE, apontam índice de 8,9% no primeiro trimestre de 2022, em igual período de 2021, a taxa de desemprego estava em 13,9% | Foto: Pedro Pinheiro

Goiás registrou no primeiro trimestre de 2022, uma taxa de desemprego de 8,9%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual coloca o Estado com a sétima menor taxa de desemprego do Brasil. Na comparação dos três primeiros meses do ano com igual período de 2021 (13,9%), houve queda de quatro pontos percentuais, o que corresponde a um recuo de 36%. 

Os indicadores do primeiro trimestre de 2022 mostram cenário de estabilidade em relação ao último trimestre de 2021, quando o Estado alcançou taxa de 8,7%. De acordo com o IBGE, a população desocupada no Estado, em números absolutos, foi estimada em 343 mil pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (505 mil pessoas), houve redução de 162 mil pessoas desocupadas.

Já a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no 1° trimestre deste ano, mesmo percentual registrado no 4º trimestre de 2021 e queda de 3,8 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2021, quando atingiu 14,9%. Com esses números, o país tem 11,9 milhões de pessoas sem emprego. 

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O titular da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel Sant’Anna ressalta que os números sobre desemprego, medidos pelo IBGE, guardam simetria com os indicadores do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostram avanço nos empregos com carteira assinada. 

“Por um lado, temos crescimento dos empregos formais, com carteira assinada. Por outro temos queda nos indicadores de desemprego. Nada disso é fruto do acaso. Temos em Goiás ajuste nos gastos, investimentos em áreas essenciais, equilíbrio das contas públicas, bem como reestruturação do Estado”, pontuou o secretário.

Carteira assinada

De acordo com o IBGE, Goiás contava com 3,9 milhões de pessoas trabalhando no primeiro trimestre deste ano, o que representa incremento de 2,1% (79 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. Por outro lado, a taxa de informalidade passou de 41%, no quarto trimestre de 2021, para 39,8% no primeiro trimestre de 2022, queda de 14 mil pessoas, mas dentro da margem de estabilidade. 

O número de trabalhadores do setor privado com carteira assinada apresentou variação positiva no primeiro trimestre deste ano em Goiás, saindo de 1,2 milhão para 1,3 milhão, variação de 4,9%. Conforme o IBGE, os empregados do setor privado sem carteira assinada chegam a 506 mil; os trabalhadores domésticos com carteira são 77 mil e os sem carteira, 185 mil.

No primeiro trimestre de 2022, a pesquisa estimou que o rendimento médio real dos trabalhadores em Goiás foi de R$2.477, o que representa estabilidade em relação ao quarto trimestre do ano passado (R$2.466) e em relação ao primeiro trimestre de 2021 (R$2.538). Há três anos, no primeiro trimestre de 2019, o rendimento médio era de R$2.625.

Informalidade

Goiás tinha 3,9 milhões de pessoas na força de trabalho no primeiro trimestre deste ano, aumento de 2,1% (79 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. A taxa de informalidade passou de 41%, no quarto trimestre de 2021, para 39,8% no primeiro trimestre de 2022. Apesar da queda de 14 mil pessoas, esse índice ficou estável.

A única classe que apresentou variação significativa no primeiro trimestre deste ano em Goiás foi a dos trabalhadores no setor privado com carteira assinada, saindo de 1,2 milhão para 1,3 milhão, variação de 4,9%.

Conforme o IBGE, os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada chegam a 506 mil; os trabalhadores domésticos com carteira são 77 mil e os sem carteira são 185 mil. Goiás tem 409 mil trabalhadores no setor público. Já os empregadores com CNPJ são 128 mil e sem CNPJ chegam a 34 mil. Os trabalhadores por conta própria com CNPJ são 212 mil e sem CNPJ, 651 mil. Enquanto os trabalhadores familiares auxiliares são 27 mil pessoas.

Renda média

No primeiro trimestre de 2022, estima-se que o rendimento médio real dos trabalhadores em Goiás foi de R$2.477, o que representa estabilidade em relação ao quarto trimestre (R$2.466) e em relação ao primeiro trimestre de 2021 (R$2.538). O rendimento médio já foi de R$2.625 no primeiro trimestre de 2019.

Evolução da taxa de desempregados

A estabilidade da taxa indica um movimento de maior normalidade do mercado de trabalho, que desde o 3º trimestre de 2021 apresenta índices de desocupação menores que pouco antes da pandemia. A taxa de trabalhadores na informalidade também teve uma ligeira queda para 39,8% nos primeiros três meses deste ano

O chefe do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, pontua que os números sugerem uma certa volta da normalidade da movimentação no mercado de trabalho. “A grande elevação do desemprego na pandemia resultou numa recuperação mais acelerada em 2021, o que pode ser atribuído à retomada total das atividades econômicas, que elevou a demanda por mão de obra. Porém, a melhor perspectiva de crescimento econômico e as mudanças no índice de desocupação ainda não foram suficientes para mudar a dinâmica da economia e do próprio mercado de trabalho”, afirma.

Vieira ressalta que a taxa de subutilização da força de trabalho (pessoas subocupadas por insuficiência de horas, desocupadas, indisponíveis ou desalentadas) ainda estava em 15,7%, o equivalente a 631 mil trabalhadores, mais que a população de Aparecida de Goiânia. “O Rendimento Médio Real de Todos os Trabalhos também ficou praticamente estável em relação ao quarto trimestre de 2021 e foi até menor que no início de 2021 (R$2.538). Além disso, o desemprego no quarto trimestre de 2019 era de 3,9%”, pontua.

Para Davi Lelis, sócio e especialista da Valor Investimentos, historicamente Goiás apresenta níveis de desemprego menores do que a média nacional. “Apesar disso, nos últimos anos, o cenário de contratações e desligamentos foi desafiador para empregados e patrões. Agora, a redução na taxa de desocupação na comparação com o primeiro trimestre de 2021 mostra uma retomada do emprego formal”, afirma.

Lelis ressalta que o desafio é global, não apenas de Goiás ou do Brasil. Com a pandemia, houve uma grande quebra das cadeias produtivas. Diminuindo a quantidade de vagas de trabalho, estressou a inflação e mudou a forma como as pessoas se relacionam com o trabalho. “Apesar do cenário desafiador, o Estado tem conseguido manter certa estabilidade, tendo no restante de 2022 a expectativa de retomada e continuidade na geração de vagas formais e na produção, que já se aproxima de níveis pré-pandemia”, completou.

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