“Onde estão os filhos de Fernanda?”

Wilton Morais* 

O fotógrafo e DJ goiano Willian Rodrigues dos Santos, de 44 anos, parte hoje em viagem para o Rio de Janeiro, em busca dos supostos sobrinhos, filhos da moradora de rua Fernanda Rodrigues dos Santos. Além de justiça, Willian busca informações da existência de supostos filhos que Fernanda teve após o ano de 2004, quando foi vista pela última vez pelo irmão.

De acordo com conhecidos da mulher, Fernanda morava há quatro anos, em ruas do Rio de Janeiro, quando no dia 18 de outubro deste ano, os suspeitos do crime o lutador de MMA Claudio José Santos e o estudante de medicina Rodrigo Gomes Rodrigues teriam disparado contra o peito da vítima. 

Em entrevista ao O Hoje, o irmão de Fernanda contou que comprou a passagem de ônibus para o Rio de Janeiro, na manhã de ontem (20), com viagem marcada para hoje. “Depois que ela saiu de casa, apenas a vi em 2004, quando veio pela última vez, a Goiânia. Naquela época ela estava bem”, contou Willian.

O DJ contou parte da história da família. “A história nossa é de uma família típica desestruturada financeiramente e com envolvimento com álcool. Eu fui para o orfanato e vivi neste lugar desde os meus seis anos, até os 15 anos, quando tive o meu primeiro filho. Meu pai foi o padre deste orfanato, e segui um caminho diferente das minhas irmãs”, contou.

O que deu força para Willian foi à mãe, quem ele perdeu há pouco mais de um ano. “Minha mãe falava: ‘você que é o homem da casa’. Agora é encarar”, disse em relação à situação que tem vivido. 

Sobrinhos

Com destino ao Rio de Janeiro, Willian lançou uma campanha para descobrir o paradeiro dos supostos sobrinhos. “A minha preocupação é saber se é real o que alguns moradores de rua disseram para assistentes sociais lá no Rio. Ligaram vários jornalistas do Rio para saberem sobre os filhos de Fernanda também. Eu não sabia que ela tinha um filho. A última vez que ela veio, estava muito alegre, sorridente, como sempre foi”, contou. 

De acordo com o DJ, Fernanda gostava muito de beleza e maquiagens. “Apesar de estar na rua, sempre estava coradinha e bem maquiada. Sempre estava determinada em vencer na vida. Não sei quando ela foi para no Rio exatamente. Mas achava que ela estava bem. Quando veio aqui, quis me ajudar com cerca de R$ 1.200, mas como não quis. Ela levou meus meninos para comprar brinquedos. Até  hoje eles lembram”, relatou. “Como não estávamos tão ligado, ela estava bem e voltou. Eu imaginava que ela estaria bem lá no Rio. Mas não estava. Eu não sabia o local exato, mas sabia que estava lá”, complementou. 

Crianças podem estar no exterior com suposto pai 

Até o ano de 2009, quando Fernanda escreveu pela última vez à família, não havia relatos de filhos. “Com toda certeza até 2009 eu não sei. A carta não relatava nada para minha mãe. Agora de 2005 para trás, é certeza, ela ainda não possuía nenhum filho”, disse. 

Conforme o irmão da moradora de rua, a atual missão consiste em levantar a campanha. “Cadê os filhos de Fernanda, se é que eles existem. Tudo indica que sim, por que algum motivo levou-a para rua. Nunca imaginávamos isso”.

De acordo com relatos de moradores e assistentes sociais do Rio, há suspeitas que um Italiano teria pego os filhos de Fernanda.  “Eu estou tentando levantar tudo isso. Essa pessoa que teria pego os filhos seria a pessoa que teve os filhos com ela, e teria levado para o exterior. O que poderia ter deixado Fernanda nesse estado”, apontou o irmão. “Fernanda comprava as coisas e até dispensava doações das pessoas. Eu quero saber como ela fazia isso, se essa pessoa dava dinheiro para ela. Esse suposto gringo, que dinheiro era esse”, complementou.

Além dos filhos de Fernanda, Willian procura outra irmã, chamada Maria Aparecida Rodrigues Pereira que poderia estar no Estado de Mato Grosso. “Ela está desaparecida desde 1994”, contou. Para informações sobre o paradeiro das filhas de Fernanda ou de sua irmã, Willian disponibilizou o número de Whatsapp: (62) 9 9267 – 4934.  (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)