Maus-tratos a animais ainda é comum no dia a dia

Delegado diz que ocorrências contra maus-tratos ainda são frequentes no Estado. Para ele, conscientização é a melhor saída

Postado em: 23-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Delegado diz que ocorrências contra maus-tratos ainda são frequentes no Estado. Para ele, conscientização é a melhor saída

Marcus Vinícius Beck*

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Ferimentos, espancamentos e truculência. Ainda é comum se deparar com casos de maus-tratos a animais em Goiás. No entanto, dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) garantem que houve nove registros de crueldade contra animais no estado entre janeiro e outubro deste ano, ante 19 casos contabilizados pela pasta no mesmo período do ano passado. Na maioria das vezes, o agressor não possui um perfil sócio-econômico identificado. 

Pelo menos é isso o que diz Luziano Sevenrino de Carvalho, responsável pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA). “Vários grupos sociais cometem agressões, das mais perversas, contra animais”. Para ele, a conscientização é o melhor caminho para esclarecer a população sobre o entendimento de que se deve evitar agressões e maus-tratos. “Isso [a conscientização] vem de casa, que é – ou ao menos deveria ser – o local em que as pessoas desenvolvem seu senso moral”, declara. 

Quem possui animal de estimação em casa, por exemplo, não tolera qualquer tipo de violência contra eles. A estudante universitária Júlia Aguiar, 22, é incisiva contra os vários casos registrados – e que viraram público – de agressões e maus-tratos aos bichos de estimação. “Acho um absurdo”, sacramenta a estudante, que possui dois cachorros. “Se eu souber que alguém os agrediu, pode ter certeza de que irei tomar as medidas cabíveis”, garante. 

Outras pessoas vêem com maus olhos agressões a animais. A geógrafa Andréia Cristina Tavares, 44, comenta o comportamento do agressor, e diz que a mente dele é uma incógnita: “O que se passa na cabeça do sujeito que espanca um bichinho é algo difícil de compreender”. Ela, que cuida de dois gatos, argumenta que o caminho mais preciso para sanar os casos de agressões contra animais é a educação. 

“Mas eu não falo da educação escolar, e sim da educação moral, daquela que se aprende dentro de casa”, completa, acrescentando que, caso as pessoas não consigam cuidar de um animal, é melhor não pegá-lo. “Se alguém se dispõe a cuidar de um bichinho de estimação, deve fazê-lo em todo o momento”, salienta. A geógrafa afirma que, muitas vezes, os casos de violência contra animais acontecem por parte das crianças. “E, nestes casos, nem sempre a intenção é machucar os bichos”, adverte. 

Projeto 

Uma proposta da vereadora Sabrina Garcêz (PMDB), que foi aprovada em primeira votação na Câmara de Vereadores ontem (22), pretende alterar o artigo de lei que está em vigor na Capital. A proposta aumenta os valores das multas para quem maltratar animais em Goiânia. 

Pelo texto, a multa para infração leve – que é de R$ 200 a R$ 2 mil – será de R$ 2 mil a R$ 5 mil. Já a infração grave – atualmente de R$ 2.001 a R$ 20 mil – será de R$ 5.001 a R$ 50 mil. 

No entanto, a medida é alvo de críticas por parte do delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Sevenrino de Carvalho. Para ele, o projeto é lei é “uma lorota”. “Lei não muda a realidade social”, aponta o delegado responsável pela DEMA. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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