Começa a corrida dos temporários

Goiânia deve abrir mais de 3 mil vagas. Número aponta aumento de quase 4%, em relação ao ano passado

Postado em: 27-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Goiânia deve abrir mais de 3 mil vagas. Número aponta aumento de quase 4%, em relação ao ano passado

Wilton Morais*

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O SINE Municipal de Goiânia estima que seja ofertada neste fim de ano cerca de três mil vagas temporárias na Capital. O número de vagas, estimado com dados do SINE e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), apontam ainda aumento de 3 a 4% das vagas em relação ao ano passado. O gerente de Divisão de Relação do Mercado de Trabalhado, do SINE Municipal, Diego Nunes, considera que a maior parte das vagas disponibilizadas para o período, são destinadas ao comércio.

O vendedor temporário Arthur Evangelista, 27 anos, esta há 15 dias em uma empresa de calçados na Capital. Com o curso de direito trancado, essa foi a primeira vez que Arthur procurou um emprego e foi para uma vaga de temporário. “Abriram essas vagas, e eu vim para ver se fico futuramente. Eu estava procurando um emprego fixo. Aqui gostei da empresa e da proposta”, disse. Para o vendedor a experiência é positiva. “Estou aprendendo muito. Já tinha experiências em vendas. Mas agora estou aprendendo coisas de estoque. É algo que tem acrescentado ao meu currículo”. 

Arthur considera ainda que se depender dele, pode ser uma oportunidade de emprego fixo. “Isso depende do mérito de cada pessoa. Se a pessoa tiver boa desenvoltura, fica mais fácil até para conseguir um emprego fixo com a experiência”, argumentou Arthur.

“Grande parte dos contratos temporários costuma ser de 60 a 90 dias, mas há contratos com duração menor, de 10 dias, conforme a necessidade de cada empresa”, explicou Diego. Apesar do pouco período nas empresas, como temporários, Diego assegura que a oportunidade pode ser fundamental para se obter um emprego fixo no ano que vem. “Há chances de efetivação dos bons funcionários, e esse número tende a aumentar em relação aos anos anteriores, devido ao aquecimento da economia e em reposição ao grande numero de funcionários desligados dos últimos três anos devido à recessão”.

Além disso, os empregos temporários podem ser positivos para garantir um currículo mais agregado de experiências, e contar pontos para um novo emprego. “Muitas vezes durante o serviço temporário é que o trabalhador se identifica com a ocupação, e aquela função que era só uma alternativa para aquele momento torna-se algo que o trabalhador se especializa, podendo fazê-lo um grande profissional da área. E o trabalho temporário ou efetivo, sendo bem executado, é sempre um fator agregador em um currículo”, considera o gerente de relação do trabalho.

Direitos

Se você já está trabalhando ou está em busca de um emprego temporário, atenção, o trabalhador temporário tem, praticamente, os mesmos direitos do funcionário efetivo. O gerente de Divisão de Relação do Mercado de Trabalhado, esclarece ainda que segundo a legislação trabalhista, o temporário tem salário equivalente ao da categoria, hora extra, jornada de oito horas, repouso semanal remunerado, adicional por trabalho noturno, seguro acidente de trabalho, férias e 13º salário proporcionais, além de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e contribuição previdenciária.

Para ser efetivado na empresa, Diogo apresenta algumas dicas essenciais. “O trabalhador precisa tratar o trabalho temporário como se fosse permanente, e não como bico, deve ser pontual, educado, ter iniciativa, disponibilidade de horários, saber trabalhar em equipe, conhecer a empresa e os produtos, ouvir mais, resolver conflitos e saber oferecer alternativas”, pontua. Mesmo assim, o gerente reconhece que muitas vezes o temporário, após final do contrato não é admitido imediatamente. “Mas havendo vacância na empresa ou aumento de quadro de funcionários os temporários que deixaram boa impressão, serão os primeiros lembrados para ocupar as novas vagas”, argumenta.

As principais vagas ofertadas durante o final de ano são para vagas destinadas ao comércio como vendedores, assistentes de vendas, atendentes, caixas, estoquistas, promotores de vendas, repositores, embaladores, ajudantes de carga e descarga, entre outros. 

Especialista oferece dicas para contratados de temporários 

A consultora na área de gestão de pessoas e carreira e professora do MBA Gestão de pessoas por competências, indicadores e coaching, Carmem Silvia Carvalho, considera que neste ano, o trabalhador pode ter uma boa perspectiva, mesmo diante a crises. “Esse momento é sempre de abertura [de empregos]. Então neste momento, as empresas investem muito em trabalhadores temporários. Isso afeta bastante a economia. Daqui alguns dias já começa a chegar o décimo terceiro [salário] e isso é propício para as vendas”.

A especialista esclarece também, que as indústrias começam a contratação temporária como tendência. “Acreditamos-nos que o número de temporários seja um pouco mais baixo este ano, em função da crise. As vendas caíram muito nas datas principais do ano. Mesmo assim, não deixaremos de ter um aquecimento do comércio”, considerou.

Para a consultora, é preciso se preparar para o momento. “O mercado apresentou muita redução, por conta da crise política, consequentemente houve uma crise econômica. As pessoas tiveram medo de investir. Os juros ficaram elevados. O que reflete nessas vendas de final de ano”, argumentou Carmem. 

Goiás

Para o Estado, a consultora apontou uma unificação do processo. “Temos um ou outro estado da federação com um cenário melhor. Mas todos, estão com a economia enxuta. As pessoas estão com medo, do que pode vir pela frente. Vemos, portanto, uma unicidade nessa perspectiva”.

Já os trabalhadores temporários podem apostar no emprego, garante Carmem. “Esses trabalhos sempre vão existir. A questão é aproveitar o espaço para demonstrar suas habilidades. Sabemos que muitos são aproveitados para contratação, após esse período. É tempo de quem conseguir uma vaga, correr para dar o seu melhor. Certamente, muitos serão retidos pelas empresas”, explicou. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de CIdades Rhudy Crysthian) 

Mais de 10 mil vagas em Goiás  

De acordo com o Sindicato dos Empregados do Comércio de Goiás (Seceg) existem 10 mil vagas de trabalho temporário disponíveis no Estado. Conforme o Sindicato, a principal vaga é para vendedor. Os interessados em participar dos processos seletivos devem procurar o Seceg. 

O telefone para procura mais informações é o (62) 3089-7643. O candidato a uma das vagas também pode ir até a sede do Sindicato, que fica na Avenida A, nº 832, Setor Vila Nova, em Goiânia.

 

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