Goiânia é a terceira capital com litro da Gasolina mais caro do Brasil

Com a alta do dólar, compra do barril de petróleo internacional é um dos motivos do aumento. Essa é a terceira alta seguida no combustível somente esse ano em Goiás

Postado em: 05-06-2022 às 13h45
Por: Alexandre Paes
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Com a alta do dólar, compra do barril de petróleo internacional é um dos motivos do aumento. Essa é a terceira alta seguida no combustível somente esse ano em Goiás | Foto: Reprodução

Após novo aumento, o litro da gasolina já é encontrado a R$ 7,64 em Goiânia. Em escala menor, o etanol também acompanha a disparada e é vendido a R$ 5,10 na capital. Desta vez, segundo o Sindicato do Comércio Varejista e Derivados de Petróleo em Goiás (Sindiposto-GO), o reajuste foi feito pelas distribuidoras. A guerra na Ucrânia tem ligação com os novos preços, de acordo com a entidade. 

O pior é que esse valor pode subir ainda mais nos próximos dias. Márcio Andrade, presidente do Sindiposto, afirma que não é possível informar o percentual de reajuste, já que cada distribuidora e posto tem praticado seus próprios preços.

Segundo ele, a alta ocorre porque muitas distribuidoras importam o produto, que subiu de preço, principalmente por conta da guerra na Ucrânia. Márcio ressalta que, atualmente, a Petrobras vende em torno de 80% do volume comercializado no Brasil. Os outros 20% são importados.

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“Acontece que o produto importado tem sofrido reajustes em razão dos conflitos internacionais e as distribuidoras já estão repassando isso aos postos. A consequência direta é o aumento nas bombas”, afirma.

A expectativa, porém, não é animadora. “O mercado trabalha com a expectativa de reajuste por parte da Petrobras, uma vez que o preço do mercado internacional está maior do que o preço interno”, explicou.

Diariamente tem ficado mais difícil encher tanque, e a única saída para rodar pela cidade é continuar colocando gasolina de pouco em pouco. “Eu tenho que levar e buscar diariamente os meus netos na escola, e infelizmente eu vou colocando de 50 em 50 reais, por que encher o tanque é impossível, e o preço que está só prejudica a gente”, afirmou seu Eugênio Nunes, aposentado que estava abastecendo o veículo no posto do setor sul. 

Para quem quer economizar, uma das alternativas é abastecer com etanol, que atualmente tem o preço médio de R$ 5,10. “Meu carro é flex, e mesmo que o rendimento dele por litro seja menor do que abastecendo com gasolina, eu prefiro economizar uns centavos colocando álcool” contou a psicóloga Ingrid Monteiro, que pegou essa alternativa pra tentar segurar um pouco de dinheiro na carteira.

Mas independentemente do tipo de combustível, quem acaba pagando essa conta é o consumidor. “Infelizmente sempre sobra pra gente, os consumidores. Eu quero ver como nós que temos uma condição mais humilde conseguimos abastecer pra ir trabalhar sendo que o salário aumenta menos de 100 reais e o combustível triplica o valor. Minha saída foi vender o carro e deixar a moto em casa”, disse o William Nascimento que está indignado vendo tudo encarecendo.

Atualmente Goiânia é a terceira capital com o litro mais caro do País. O preço médio chegou a R$7,647 nos postos goianienses. O que reflete um aumento de R$0,4. No topo do ranking das capitais com os maiores valores praticados, estão Teresina (PI) com R$8,111 e Rio de Janeiro (RJ), R$7,704. 

Com patamar recorde, a terceira alta seguida fez com que Goiás alcançasse o preço médio de R$7,629 na gasolina, o maior já registrado pela ANP nos postos goianos. Assim, o Estado é o quarto com litro mais caro nas bombas.  Perde apenas para Piauí (R$8,058), Rio de Janeiro (R$7,803) e Bahia (R$7,647). 

Seis estados apresentaram queda de preço

Na análise por Estado, apenas seis registraram algum recuo no preço do litro da gasolina: Rio Grande do Norte (-1,45%); Pernambuco (-0,54%); Maranhão (-0,24%); Tocantins (-0,17%); Alagoas (-0,12%); Minas Gerais (-0,09%), como também no Distrito Federal (-0,12).

A Bahia se destacou com o maior aumento no valor do combustível (5,69%), que passou de R$ 7,365 para R$ 7,784. O Piauí comercializou o litro da gasolina com a maior média, de R$ 8,16, alta de 0,16%, e o Rio Grande do Sul registrou a média mais barata (R$ 7,00).

Entre todos os Estados, o etanol apresentou recuo apenas em Goiás, de -0,38%, onde o valor passou de R$ 5,22 para R$ 5,20. O destaque para a alta ficou com o Ceará (8,57%), onde o preço médio passou de R$ 6,13 para R$ 6,65.

Os postos de abastecimento do Pará venderam o combustível pela maior média (R$ 6,81), alta de 1,93%, e São Paulo a menor, a R$ 5,10. Enquanto isso, o diesel teve recuo em Goiás. O preço médio registrado pela ANP passou de R$6,999 para R$6,969.

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