Quinta-feira, 28 de março de 2024

Em ataques racistas, mulher chama família negra de “crioulos” e “raça impura” em metrô de BH; assista

Nas imagens gravadas por testemunhas mostram outros momentos em que a suspeita, aos gritos, falava: "Eu sou racista. Eu sou racista"

Postado em: 06-06-2022 às 17h43
Por: Rodrigo Melo
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Nas imagens gravadas por testemunhas mostram outros momentos em que a suspeita, aos gritos, falava: "Eu sou racista. Eu sou racista" | Foto: Reprodução / Redes Sociais

O casal Leni Rodrigues, Alexandre Elias Rodrigues e a filha, Isabelle Cristine Rodrigues, foram vítimas de injúria racial, no metrô de Belo Horizonte, na tarde deste domingo (5/6). De acordo com a família, os ataques racistas começaram na Estação Central e seguiram até a Estação José Cândido da Silveira, no bairro Santa Inês na Região Leste da capital mineira. (Veja os vídeos no final)

“Ela estava proferindo coisas que a gente não entendia. Só sei que ela dava risadas sarcásticas e falava baixinho. Ai quando ela entrou no metrô, foi que ela começou a proferir que ela era racista”, relatara Alexandre.

No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), a suspeita, Adriana Maria Lima de Brito, de 54 anos, começou os xingamentos assim que a família, que voltava de um passeio na Feira Hippie, embarcou em um dos vagões do metrô. O documento ainda informa que as vítimas relataram que a mulher proferiu ofensas como: “Negros fedidos, crioulos fedorentos, raça impura. Vocês não poderiam estar no mesmo ambiente que nós. Vocês deveriam ter descido do metrô, pretos fedorentos”.

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Nas imagens gravadas por testemunhas mostram outros momentos em que a suspeita, aos gritos, falava: “Eu sou racista. Eu sou racista” e “Eu não sou da sua raça”.

Religião

Em outro vídeo compartilhado por um homem, logo que a família e a suspeita desceram do metrô, mostra Adriana declarando diversas palavras religiosas. Em um momento Adriana diz: “Eu te amaldiçoou”. Em outro instante ela afirma apontando para Leni: “Se você acha que você é melhor do que eu, você não pode, porque quem pode é Deus é a ele que eu serviço. Os demônios todos podem, porque eu os prevaleço. Os demônios são meus servos e você não pode nada”. Em um tom de deboche ela finaliza “Aleluia”.

A testemunha que gravou o vídeo relata na gravação que ela ainda falou em uma série de vezes a palavra “Ku Klux Klan”, um uma organização terrorista formada por supremacistas brancos que surgiu em 1865 nos Estados Unidos depois da Guerra Civil Americana. O grupo perseguia e promovia ataques contra negros e defensores dos direitos desse grupo. Foram responsáveis por cometer atos violentos como incêndio de casas habitadas por afro-americanos, espancamentos e enforcamentos.

Crime

Após perceberem a movimentação no vagão, guardas do metrô intervieram e a polícia foi chamada. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que a mulher foi autuada pelo crime de injúria racial e foi encaminhada ao sistema prisional, onde segue à disposição da Justiça. No entanto, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) não confirmou se a suspeita deu entrada no sistema prisional nesta manhã.

A acusada será submetida a exames para atestar um possível caso de transtorno mental. A polícia não descarta essa possibilidade.

Imagens: Redes Sociais
Imagens: Redes Sociais

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