MP pede prisão dos policiais que atiraram contra carro
O Ministério Público acredita que os disparos foram exclusivamente com o intuito de matar os dois homens
Por: Sheyla Sousa
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O Ministério Público de Goiás e a Polícia Militar pediram a prisão dos policiais militares que atiraram contra o carro conduzido pelo auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, 31 anos, que era feito refém em um veículo, em Senador Canedo, Região Metropolitana de Goiânia. Ele e o assaltante morreram.
A PM admitiu que houve erro na ação. A solicitação ao Poder Judiciário pede, além da prisão temporária, o afastamento dos militares de todas as suas funções. Os quatro envolvidos já estavam afastados das ruas, realizando apenas atividades administrativas.
O crime ocorreu na noite de sábado (25). Tiago foi abordado pelo assaltante na chácara onde mora com a família, em Senador Canedo. Ele foi obrigado a entrar no carro, um VW Gol, e dirigir para o assaltante, que entrou no banco do passageiro. O assaltante era menor de idade e a suspeita é de que ele nem sabia dirigir. O tiroteio ocorreu em frente a um posto de gasolina em umas das vias mais movimentadas da cidade.
Encarregado pelo Inquérito Policial Militar, o capitão Pedro Rodrigues Santos Júnior solicitou a prisão preventiva dos policiais. O comandante da corporação, coronel Divino Alves, admitiu que houve um erro na ação.
O Ministério Público acredita que os disparos foram exclusivamente com o intuito de matar os dois homens. Para a Polícia Civil, que também investiga o acaso, tudo indica que os PMs alteraram o local do crime. “Infelizmente, retrataram uma fraude processual, não há como negar, mas o inquérito precisa ser apurado além disso”, disse o delegado responsável pelo caso, Matheus Noleto. O investigador ressaltou que o inquérito visa apontar se realmente houve um confronto, e os militares agiram em legítima defesa, ou se ocorreram dois homicídios.
Imagens
Imagens do sistema de monitoramento de um posto de combustíveis registraram quando o carro, seguido por um veículo da PM, foi cercado. O condutor freiou, e dois policiais começaram a atirar. (Rhudy Crysthian)