Quase 2 milhões de pessoas estão investindo em Tesouro Direto

Investimentos na poupança, por outro lado, caiu

Postado em: 14-06-2022 às 07h49
Por: Raphael Bezerra
Imagem Ilustrando a Notícia: Quase 2 milhões de pessoas estão investindo em Tesouro Direto
Investimentos na poupança, por outro lado, caiu | Foto: Reprodução

O baixo rendimento da poupança, somado à inflação e a crise econômica, contribuíram para o aumento de investimentos em tesouro direto, o chamado rentismo. Segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, o capital investido no tesouro chegou a R$ 3,12 bilhões. Esse fenômeno tem relação também com o número de cidadãos que alcançou 182,2 milhões de brasileiros, segundo dados do Banco Central, um aumento de 10,3%.


Com a inflação na casa dos dois dígitos, os rendimentos na poupança, que costumam ser mais seguros, deixam de valer a pena, o que leva a maior retirada. Apesar da redução, um a cada quatro brasileiro ainda utiliza a caderneta de poupança como principal fonte de investimento.


Quase 2 milhões de pessoas estão com investimentos ativos no Tesouro Direito. São quase 35 mil investidores a mais que no mês passado. Já o número de investidores cadastrados no programa aumentou em 500.978, expansão de 72,8% em relação a abril de 2021, atingindo a marca de 18.392.003 pessoas.

Continua após a publicidade


As aplicações de até R$ 1 mil representaram 61,22% das operações de investimento no mês. O valor médio por operação foi de R$ 6.324,79.


O título que mais atraiu os investidores foi o Tesouro Selic, indexado à taxa básica de juros, que representou, em vendas, R$ 1,83 bilhão e correspondeu a 58,69% do total.


Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) somaram R$ 951,10 milhões e corresponderam a 30,44% das vendas, enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) somaram R$ 339,85 milhões em vendas, ou 10,88% do total.

Saques da poupança


O advogado e economista Danilo Orsida explica que um dos aspectos que podem ter influenciado essas retiradas são os baixos rendimentos da poupança, explica o economista. “Quando se tem um cenário de alta inflação, quando o poder de compra passa a ser corroído pela alta inflação, é natural que as pessoas busquem caminhos de investimentos ou produtos que remunerem o capital como forma de preservar esse capital”.


A busca por modalidades de investimentos mais vantajosas são impulsionadas pelos próprios bancos, que são restritos a emprestar dinheiro guardado em poupança a financiamentos de moradia. O planejador financeiro Maurício Vono explica que essa migração tem contribuído para o aumento da retirada das cadernetas. Uma outra ótica a ser analisada é a necessidade de cobrir o déficit orçamentário das famílias.

Mais jovens estão investindo mais


O crescimento dos jovens investidores é um dos fatores decisivos para esse cenário. O crescimento do assunto na internet, por onde a maioria dos jovens aprendem a investir, capitaliza esse público e impulsiona a busca por diferentes modalidades. “As pessoas mais velhas tendem a fazer investimentos mais tradicionais, enquanto as mais novas têm mais abertura e acesso à internet. E na internet, normalmente, a recomendação é para o não investimento na poupança”, pontua Vono.


“São pessoas que estão construindo patrimônio e almejam investimentos a longo prazo, apesar de também terem objetivos a curto prazo. Então o que tem sido mais procurado, de forma macro, são os investimentos em ações e fundos imobiliários para os rendimentos de longo prazo e a busca por títulos públicos para o curto prazo”, avalia.


Pesa ainda contra a poupança a rentabilidade da aplicação de 0,5% ao mês, o que equivale a 6,17% ao ano. Significa dizer que, ao colocar dinheiro na caderneta, os brasileiros amargam uma perda real na faixa de 5,3%, o que pode ser revertido em outros investimentos mais rentáveis, com a mesma segurança, que já pagam facilmente 1% ao mês.

Produção de motocicletas tem melhor resultado em 7 anos

Nos cinco primeiros meses do ano, a produção de motocicletas cresceu 22,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, com a fabricação de 569.598 unidades, informou ontem (13) a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Segundo a associação, esse foi o melhor desempenho para o período desde 2015.
O resultado também foi positivo na comparação com maio, quando foram produzidas 129.781 motocicletas, o que representou alta de 15,2% em comparação a abril. Na comparação anual em relação a maio do ano passado, a alta foi de 25%.


Em relação às vendas de motocicletas no varejo, a alta foi de 25,6% no acumulado do ano, totalizando 515.724 unidades comercializadas. Considerando-se apenas o mês de maio, os emplacamentos registraram o melhor resultado do ano, com o licenciamento de 133.344 unidades, alta de 23,8% em relação a abril e de 20,8% em relação a maio do ano passado. De acordo com a Abraciclo, esse foi o melhor desempenho para um mês de maio desde 2012.


A maior parte dos emplacamentos de motocicletas nos cinco primeiros meses deste ano ocorreu na Região Sudeste (38,6% do total), seguida pelo Nordeste (30,1%).

Exportações


De janeiro e maio deste ano foram exportadas 20.523 motocicletas, o que representou queda de 6,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Considerando-se apenas o mês de maio, as exportações cresceram 51,8% na comparação com abril, com o volume de 5.990 veículos negociados.

Veja Também