Maioria dos goianos está com vacinas atrasadas

64% dos brasileiros adultos não estão com a caderneta de vacinação em dia

Postado em: 02-12-2017 às 11h00
Por: Sheyla Sousa
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64% dos brasileiros adultos não estão com a caderneta de vacinação em dia

Nathan Sampaio, especial para O Hoje

Uma pesquisa levantada pelo laboratório farmacêutico GSK revelou um número preocupante sobre imunização: 64% dos brasileiros adultos não estão com a caderneta de vacinação em dia. Na pesquisa, 89% reconhece a importância das vacinas, mas 33% “não sabem muito bem” quais vacinas estão disponíveis para sua faixa etária. Em Goiás, os números acompanham a pesquisa nacional, 79% dos entrevistados não sabem sua condição em relação às vacinas. A médica infectologista, Carolina Abrão, explica que o alto número de inadimplentes pode ser devido à falta de orientação sobre quais vacinas tomar depois dos 18 anos.

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A pesquisa que também foi feita em outros quatro países (Alemanha, Índia, Itália e Estados Unidos) 53% das pessoas adultas não priorizam a imunização como uma forma eficaz de prevenção de doenças. Segundo a médica é comum o assunto vacinação ser negligenciado após os 18 anos, mas não é correto. “Quando a pessoa se torna adulta surgem muitas responsabilidades e, como a vacinação era algo da qual os pais cuidavam, ela pode ser deixada pra trás aos poucos. Por isso, é importante que desde cedo os pais incentivem os filhos a se cuidarem quando o assunto é imunização, se informando sobre quais vacinas tomar em todas as fases da vida”, conta.

Nos últimos cinco anos, 58% dos adultos acima dos 18 anos se vacinaram contra a gripe no Brasil, seguidos de 41% contra a febre amarela e 27% contra a hepatite B. Outras doenças, no entanto, tiveram uma adesão vacinal muito baixa, como sarampo, caxumba e rubéola (10%), meningite C (7%), meningite B (7%) e meningite ACWY (6%). Quase a metade dos adultos (46%) afirmou que nenhum profissional de saúde jamais mencionou a importância da vacinação na vida adulta.

“Assim como é muito importante se informar sobre imunização após os 18 anos, é fundamental que os profissionais da saúde orientem as pessoas, sempre que possível, sobre as vacinas a serem tomadas na vida adulta. Dentre as vacinas mais importantes para se tomar na fase adulta estão as de difteria e tétano, hepatite B, Sarampo, caxumba, rubéola e a da gripe”, explica a infectologista. Além disso, Carolina diz que os adultos são mais suscetíveis à transmissão das doenças em geral, então se imunizar impede que haja surtos e mortes.

A fotógrafa Debora Garcia é um das pessoas que admite fazer parte do grupo negligente. Ao ser informada pela pesquisa, ela se surpreendeu, mas disse que realmente não se atualiza sobre imunização, por não ter tempo. “Sempre vejo na TV ou internet notícias sobre as grandes filas e falta de vacinas no setor público, então prefiro evitar o tumulto”, conta. Para Carolina, não existe uma cultura de vacinar adultos e isso é grave. 

Foto: Reprodução/Osnei Restio

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