Influencer de Anápolis vai ser investigada após fazer piada sobre vagas para autistas; “Pisei na bola feio”
A maquiadora e influenciadora digital, Larissa Rosa, de Anápolis, postou um vídeo tirando sarro de vagas exclusivas para autistas em um shopping de Goiânia, nesta terça-feira (14/6). Na gravação, a influencer aparecia zombando pessoa do espectro autista, pessoas gordas e LGBTQIAP+.
A maquiadora e influenciadora digital, Larissa Rosa, de Anápolis, postou um vídeo tirando sarro de vagas exclusivas para autistas em um shopping de Goiânia, nesta terça-feira (14/6). Na gravação, a influencer aparecia zombando pessoa do espectro autista, pessoas gordas e LGBTQIAP+.
A influenciadora postou a fala em um grupo com apenas 18 pessoas, mas ainda sim o vídeo vazou. Após alguns minutos, o vídeo ganhou força na internet.
A mãe da maquiadora, Vânia Rosa, estava ao lado da filha na hora do ocorrido. Assim que a influencer começou a gravar, a mãe logo a repreendeu, mas sem êxito. “Você não vai fazer isso. Qual é o problema do autista?”, disse.
“Vou sim. Não tenho nenhum problema com autista. A vaga é tão colorida que achei que era para viado. Vaga para mim nunca tem”, rebateu a maquiadora. Assista ao vídeo:
Ainda na terça-feira (14/6), a influenciadora publicou duas notas pedindo desculpas pela ocasião. “Decidi vir, através dessa nota, pedir as mais sinceras desculpas pelos acontecimentos que estão repercutindo nas últimas horas. Me desesperei inicialmente com a repercussão da situação e com um bombardeio de mensagens revoltadas (com razão)”, explicou uma das notas.
Nos stories, Larissa também se pronunciou. “Pisei na bola feio e estou super sentida. Peço desculpas a todos que possam ter se sentido ofendidos pela minha fala”, afirmou.
Segundo a influencer, ela estava em um momento descontraído e postou o registro apenas para os amigos próximos. “Mas tem sido útil sim, para me informar melhor sobre o assunto. Estou lendo todos os artigos que me mandaram”, destacou.
Leia a nota completa na íntegra.
Crime
O delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), informou nesta quarta-feira (15), que irá investigar os vídeos.
Em primeiro momento, podem ser enquadrados no crime de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência. A pena chega de 2 a 5 anos de prisão. Para o presidente do Núcleo de Apoio e Inclusão do Autista (NAIA), Marcelo Oliveira, esse tipo de declaração não pode ser considerada uma piada.
A entidade atende em média, 60 pessoas com autismo em Goiânia. “Representa uma total falta de conhecimento e empatia. Ela ofendeu três causas ali: do autismo, do LGBT e da obesidade. A gente enxerga que a sociedade está um pouco alheia às dificuldades das pessoas com deficiência e das causas de minoria”, ressaltou Marcelo Oliveira ao G1.
A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) também está investigando o caso. A investigação em andamento envolve a cooperação de unidades policiais sediadas em Anápolis/GO e Goiânia/GO. Na próxima semana, as supostas vítimas serão escutadas.
Repercussão
O caso repercutiu muito nas redes sociais, os internautas começaram a expressar suas opiniões sobre o assunto. Veja: