Suspeito de matar ex-sogro será indicado por homicídio duplamente qualificado

Felipe Gabriel Jardim Gonçalves foi preso na na quarta-feira

Postado em: 01-07-2022 às 07h40
Por: Maria Paula Borges
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Felipe Gabriel Jardim Gonçalves foi preso na quarta-feira | Foto: Reprodução

O ex-servidor público da Secretaria de Segurança Pública e da Prefeitura de Goiânia, Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, suspeito de matar o pai da ex-namorada, João do Rosário Leão, na última segunda-feira (27/06), foi capturado e será indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado. O jovem estava escondido na casa da família, no Jardim Riviera, em Goiânia.

O delegado responsável por presidir o inquérito, Rhaniel Almeida, afirmou que as provas coletadas são suficientes para o indiciamento e já podem ser encaminhadas para a Justiça. Além disso, Almeida ressaltou que a motivação de Felipe para cometer o crime foi o boletim de ocorrência registrado contra ele por atitudes do próprio jovem no sábado anterior (25/06). De acordo com o delegado, o jovem tinha a intenção de ser policial e o registro atrapalha o processo.

O homicídio foi considerado duplamente qualificado levando em consideração o motivo torpe, que acontece por “motivação imoral, vergonhosa”, e recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que as imagens de segurança da farmácia em que o crime aconteceu mostram que o suspeito apareceu de surpresa e a vítima não teve tempo para reagir. 

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Crime

Na última segunda-feira, Felipe Gabriel entrou em uma farmácia que fica localizada na avenida T-4, no Setor Bueno, e atirou contra João do Rosário Leão, pai da ex-namorada e proprietário do estabelecimento. As imagens registradas pelas câmeras de segurança mostram que o suspeito se aproxima, dispara e depois salta sobre o balcão, atirando novamente. A irmã da ex do suspeito, Kennia Bianka, estava presente e disse que o pai caiu aos pés dela. 

João do Rosário chegou a ser levado ao Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro (Hugo) em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois. 

Buscas e prisão

Segundo informações da Polícia Civil, a corporação esteve em 30 endereços e 7 cidades até encontrar o suspeito. Dentre as cidades estavam Senador Canedo, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Joviânia, Pirenópolis, Piracanjuba e Cristianópolis. Entretanto, Felipe foi encontrado na noite da última quarta-feira (29/06), com sua família em uma casa localizada no Jardim Riviera, em Goiânia.

O delegado Rhaniel Almeida, em coletiva de imprensa, afirmou que o jovem se irritou ao saber que o pai da namorada havia registrado uma queixa devido a tiros disparados pelo suspeito, no sábado, na garagem da casa em que a vítima residia com a família. Conforme informações do delegado, as queixas registradas no 1º Distrito Policial (1º DP), dificultariam o sonho de Felipe de ser policial.

Ainda de acordo com informações fornecidas pelo delegado, ao perceber a chegada da polícia, o suspeito teria tentado se esconder na cozinha da casa e a arma usada no crime estava envolvida em uma sacola plástica dentro de uma caixa em um canto da cozinha. Ao subir no muro da casa, a Polícia Civil teve certeza de que Felipe estava lá, pois um agente encontrou o veículo utilizado por ele para chegar até o local do crime.

Conforme informações ainda do delegado, 15 a 20 policiais civis estiveram envolvidos na prisão, mas que houve participação de um número alto de agentes nas investigações e que cada informação recebida foi checada. O suspeito não teria reagido à prisão, sendo que a única reação que teve foi “se mostrar indignado”.

Felipe Gabriel passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), além da Delegacia de Homicídios, onde foi informado sobre o mandado de prisão temporária, e posteriormente foi encaminhado para a carceragem da Delegacia Estadual de Capturas (Decap), onde passaria a noite, prestando depoimento apenas na quinta-feira (30/06).

Descoberta da queixa

O delegado afirmou que a pessoa que repassou a informação do registro da queixa para Felipe já foi identificada, sendo um soldado da Polícia Militar, lotado no 42º Batalhão, e amigo do suspeito. De acordo com as apurações, ele teria acessado o sistema em que ficam armazenados os Registros de Atendimento Integrado (RAI), na manhã de domingo (26/06), horas após as ameaças do suspeito na casa da vítima. 

O soldado teria voltado a acessar o sistema na manhã seguinte e encontrou o boletim de ocorrência, repassando para o suspeito. Rhaniel acredita que provavelmente ele não sabia do que a ocorrência se tratava, já que Felipe havia dito que estava estudando para o concurso da Polícia Militar e queria saber se havia algum registro que poderia prejudicá-lo.

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