Empresas buscam engajamento de seus profissionais no planejamento do próximo ano

Faltando menos de um mês para o início de 2018, organizações já se preparam e
discutem metas e objetivos para o próximo ano. Chegou a temporada de as equipes
pararem sua atividades rotineiras para os encontros de avaliação e de
desenvolvimento.

Especialmente após um ano
apertado para as empresas, frente à crise econômica,  parar as máquinas e toda a operação por um
período ou dia pode ser assustador para alguns empreendedores, sem falar nos
custos com a reunião. Mas esta ação, se bem aproveitada, pode ser um dos
melhores investimentos para o empresário. Um levantamento feito em 2014 pela
consultoria Towers Watson, em diferentes partes do mundo, apontou que a falta
de engajamento dos empregados pode causar prejuízos da ordem de 10%.

“Esse tempo de pausa na operação
não deve ser entendido como despesa ou prejuízo, mas sim como um investimento
estratégico para a empresa. O gestor está investindo na integração dos seus
colaboradores. Porque uma empresa é feita de gente, não de máquinas. As pessoas
precisam estar envolvidas com a causa e os objetivos dessa organização”, avalia
o especialista em governança corporativa, Marcelo Camorim, diretor da Fox
Partners.

Especializado em governança
corporativo, ele observa que os  dois
últimos meses do ano são o período em que as empresas normalmente promovem
estes momentos. “Nas reuniões, além de muitas planilhas, gráficos e dados,
entra também a impressão dos próprios colaboradores para entender  para passar 2017 a limpo, entendendo o que
deu certo e os pontos de melhoria, para que novas metas e estratégias sejam
traçadas para o ano que se aproxima”, diz ele, que já fez o dever de casa na
última semana de novembro, quando reuniu seus 30 colaboradores de Goiás, São
Paulo e Ceará durante todo o dia com este propósito.

Planejamento influencia na
longevidade

Os três fatores mais críticos que
contribuem para o fechamento precoce de empresas no Brasil são: falta de
planejamento, má gestão empresarial e falta comportamento empreendedor. A
informação é de um estudo realizado em 2016 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e que ouviu cerca de três  mil empresários para saber porque as empresas
fracassam.

Marcelo Camorim explica que esses
fatores apontados na pesquisa do Sebrae como os principais entraves para o
desenvolvimento e longevidade das empresas brasileiras estão interligados, e
muitas vezes, um leva ao outro.

Para evitar esse tipo de
situação, o consultor explica que é fundamental, especialmente nesse momento de
fechamento de um ano, reunir os colaboradores, planejar e buscar o maior
engajamento possível de todos.

Como fazer

Camorim explica que empresas de
todos os portes podem e devem fazer a reunião de planejamento, e deixa dicas:

Elabore uma pauta para o momento
da reunião. “Esta é uma oportunidade única de passar a mensagem da organização,
seja ela de otimismo, de cobrança ou de união. Então, você tem que planejar
como um evento que tem começo e fim, e, necessariamente, uma pauta. Ampare seu
posicionamento”, esclarece o consultor.

Apresente dados – Busque
informações de mercado e pesquisas para traçar cenários. Ao falar de resultados
e metas, apresente resultados mensurados pela empresa. Jamais apresente
resultados de desempenho negativos com 
base em hipóteses e achismos, pois a conduta pode colocar em cheque sua
credibilidade enquanto liderança e causar desmotivação.

Ouça a equipe – Esteja aberto
para ouvir as percepções e feedbacks de seus colaboradores.

Use a descontração, mas cuidado
para não perder o foco no negócio. “O gestor pode promover um evento
corporativo com palestras motivacionais, ou com dinâmicas que envolvam exemplos
de situações vividas no dia a dia com isso fazer um balanço do ano que está
chegando ao fim e já apontar o organização almeja para o próximo período.  Essa reunião pode ser feita até durante um
happy hour, ou seja, uma mescla de ambiente corporativo, atrelado à
descontração”, explica. É o que ele irá promover na reunião de planejamento de
sua empresa. Após a parte analítica, os colaboradores serão  palestra gastronômica sobre a história da
cerveja, com direito à degustação. À noite, haverá uma festa de
confraternização.

Aproveite a oportunidade para
gerar mais união entre a equipe. “Às vezes, parte da equipe trabalha
remotamente,  as pessoas se falam por
telefone e é neste momento que vão se conhecer e se integrarem com os demais colegas
e a organização”, lembra o especialista.

Pouco dinheiro em caixa não é
problema – Camorim destaca ainda que esse tipo de investimento estratégico
independe do tamanho da empresa ou de um grande orçamento. “Pode ser um
churrasco lá nos fundos da empresa, por exemplo. Eu já vi empresa pequena, que
o dono promoveu o encontro na casa dele ou no sítio”, exemplifica. 

Foto: Reprodução