Escolas da rede pública podem ter psicólogos

Projeto de lei foi apresentado logo após o caso do Colégio Goyazes. Autor crê que medida pode evitar tragédias

Postado em: 18-12-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Projeto de lei foi apresentado logo após o caso do Colégio Goyazes. Autor crê que medida pode evitar tragédias

Marcus Vinícius Beck*

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Após tragédia que matou duas crianças e deixou outras quatro feridas, no Colégio Goyazes, na região leste de Goiânia, a parlamentares goianos vem discutindo projeto de lei que torna obrigatório a presença de psicólogo nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio. A proposta, que é de autoria do deputado estadual Francisco Junior (PSD), terá a função de oferecer atendimento psicológico aos alunos e tentar evitar casos de violência por parte dos estudantes. 

Segundo Junior, o projeto evidência a necessidade de se cuidar cada vez mais das crianças e adolescentes. “O mundo atual está muito complexo, e não é só uma situação de boa vontade para orientar o adolescente, a criança ou o professor que está lá no chão da escola sofrendo uma dificuldade tremenda”, diz o parlamentar, acrescentando que é importante ter um profissional capacitado ao lado das crianças. “É necessário que profissionais qualificados estejam presentes para orientar, uma ação dessas é capaz de salvar vidas e salvar de verdade”, afirma. 

Segundo Junior, a presença do psicólogo vai auxiliar no cotidiano da escola, já que várias circunstâncias são enfrentadas nas escolas, e que em várias ocasiões não há o suporte necessário para atendê-las. 

Presidente da Comissão Escolar do Conselho Regional de Psicologia, Alba Cristhiane Santana afirma que é preciso estar atento para o cotidiano da escola. Para ela, no espaço escolar as crianças têm contato com várias pessoas, o que pode culminar em vários conflitos entre elas. “Neste cenário, o psicólogo escolar pode contribuir com uma melhor compreensão das situações, com a identificação e prevenção das dificuldades, e ainda com a busca de alternativas para lidar com essas situações”, comenta. 

Algumas escolas já estão contando com a ajuda de psicólogos no quadro docente. Colégio de classe média alta, o Onmi trabalha com o profissional na equipe pedagógica e, por isso, sua função é importante no processo educacional, o que ajuda a evitar vários problemas. “O psicólogo escolar serve como um mediador”, explica a psicóloga Elizabeth Gonçalves. Na escola há anos, ela afirma que o ofício desempenhado por ela na escola é diferente de uma terapia. 

Segundo a psicóloga, a presença do profissional ajudará a resolver problemas comportamentais que estão começando a aparecer. “O aluno, muitas vezes, chega a dizer que o comportamento dele está errado”, analisa. Para ela, é importante que, tanto os pais quanto o corpo docente, devem atentar-se para o que está acontecendo com os jovens. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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