Após taparem câmeras corporais durante operação, PMs da Rota são acusados de fraude processual
Três policiais da Rota de São Paulo foram presos após descumprirem protocolo durante operação. Os militares taparam as câmeras do uniforme durante sequestro em Osasco (SP) que resultou na morte de um suspeito. A ação aconteceu na terça-feira da semana passada, dia 12. A Polícia Militar informou que a perseguição aos suspeitos começou após a […]
Três policiais da Rota de São Paulo foram presos após descumprirem protocolo durante operação. Os militares taparam as câmeras do uniforme durante sequestro em Osasco (SP) que resultou na morte de um suspeito. A ação aconteceu na terça-feira da semana passada, dia 12. A Polícia Militar informou que a perseguição aos suspeitos começou após a denúncia de que eles haviam sequestrado uma pessoa na região de Barueri, também na Grande São Paulo.
A versão da polícia é que os agentes da Rota trocaram tiros com o suspeito, que acabou sendo baleado. Ele chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros ao Pronto-Socorro de Osasco, onde morreu. Um outro comparsa foi preso e outro fugiu. Nesta quarta-feira (20), os três agente foram liberados após a justiça conceder habeas corpus.
A corregedoria da PM chegou a conclusão que os agentes militares “praticaram fraude processual ao obstruírem os registros das câmeras operacionais padrão que utilizavam posicionando os seus fuzis na frente da COP, colocando as mãos na sua frente e ao se posicionarem de forma contrária à da vítima para que não fossem registradas as imagens da execução”. As apurações ainda indicam a possibilidade de o suspeito estar desarmado no momento em que foi morto. Segundo decisão do tribunal militar, há indícios de a arma encontrada com o suspeito ter “sido colocada pelos próprios policiais militares com o fito de legitimar a ação”.
Segundo os dados mais recentes da Ouvidoria da Polícia de São Paulo, a Rota foi o batalhão que mais matou suspeitos de crimes em 2019 no estado. Foram 101 mortes causas por policiais da tropa de elite em serviços durante supostos confrontos com criminosos. Desde de junho de 2021, as Câmeras Operacionais Portáteis (COP) gravam tudo automaticamente e interruptamente, sem que o agente precise acioná-los, e desde então, de acordo com o monitor de violência, as mortes provocadas por policiais atingiram a menor diminuição dos últimos quatro (4) anos.