Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Secretária de Saúde de Goiânia critica “invasão” de Cais

De acordo com a gestora da saúde municipal, há um equívoco na forma como os representantes da CEI estão entrando nas unidades e colocando em risco a integridade dos pacientes

Postado em: 26-12-2017 às 18h15
Por: Lucas de Godoi
Imagem Ilustrando a Notícia: Secretária de Saúde de Goiânia critica “invasão” de Cais
De acordo com a gestora da saúde municipal, há um equívoco na forma como os representantes da CEI estão entrando nas unidades e colocando em risco a integridade dos pacientes

Em entrevista a Rádio 730 AM, a secretária Municipal de Saúde de Goiânia, Fátima Mrue, criticou a forma como os vereadores integrantes da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Saúde vêm fazendo suas incursões surpresas nas unidades de saúde da Capital. De acordo com a gestora, estas unidades têm a obrigação de preservar a integridade, intimidade e dignidade dos pacientes e as visitas dos vereadores têm colocado esses pressupostos básicos em risco iminente.

“Nós queremos recebê-los e entendemos que fiscalizar os serviços públicos, entre eles o da saúde, é uma das atribuições dos vereadores, mas é preciso que isso seja feito sem colocar em risco a integridade e a dignidade dos pacientes”, enfatizou Fátima Mrue.

Continua após a publicidade

No último dia 24, véspera de Natal, enquanto visitava o Cais de Campinas, a secretária Fátima Mrue, coincidentemente, se deparou com a comissão de vereadores, composta pelo presidente da CEI, Clécio Alves, do relator, Elias Vaz, e dos vereadores Jorge Kajuru, Doutora Cristina e Professor Alonso, que adentraram a unidade em busca de supostas irregularidades no atendimento aos pacientes.

Para a secretária, o fato dos vereadores levarem consigo um grande número de pessoas não autorizadas e profissionais da imprensa acaba conturbando o trabalho de atendimento aos pacientes e expondo as pessoas que necessitam de atendimento médico a riscos desnecessários.

“Essas pessoas adentram locais privativos dos pacientes, como enfermarias e salas de observações, onde, às vezes, eles estejam sendo submetidos a algum tipo de procedimento e acabam tendo suas imagens expostas e se sujeitando  a infecções de todos os tipos. Do ponto de vista técnico isso é inadmissível e não pode acontecer”, pontua.

Fátima Mrue diz, ainda, que os vereadores teriam outras maneiras de fiscalizar o cumprimento da prestação de serviços aos pacientes e que muitas das informações que eles necessitam poderiam ser melhores colhidas na recepção, junto aos acompanhantes e familiares dos pacientes, não havendo necessidade alguma de adentrarem ao interior da unidade.

A secretária também falou sobre o caso de uma paciente que aguardava transferência para uma unidade de saúde de alta complexidade em Goiânia. De acordo com Mrue, a paciente já estava sendo tratada havia dois dias e a equipe médica aguardava apenas o resultado de um exame de tomografia para definição do quadro clinico e então proceder a regulação para o hospital compatível com o tratamento que ela necessita.

A gestora da saúde municipal fez questão de dizer que quaisquer informações que porventura os vereadores necessitem podem ser solicitadas à SMS, inclusive à própria secretária, que tem comparecido frequentemente à CEI e à Câmara sempre que solicitada. Fátima Mrue chama atenção para os esforços que estão sendo envidados na saúde municipal e lembra que as mudanças estão sendo implementadas, mas que, infelizmente, demandará tempo para que tudo saia conforme o planejado.

“Mudanças geram resistências, mas estamos dispostos a fazer todas que sejam necessárias para que as pessoas tenham direito à saúde em Goiânia. Implantamos um novo sistema de regulação,  estamos providenciando contratos de credenciamento dos médicos que permitem o município gerir melhor esses vínculos de trabalho, várias unidades estão sendo reformadas, outras já foram reabertas depois de passarem por reformas, de forma que o trabalho está sendo feito com muita determinação e coragem, quebrando paradigmas que sempre emperraram a boa prestação de serviços de saúde na Capital”, afirmou. 

Veja Também