Goiânia é a capital brasileira com maior alta no reajuste do aluguel

Os bairros com maior valor médio do aluguel são Jardim Goiás Setor Marista e Setor Bueno

Postado em: 05-08-2022 às 07h39
Por: Mariana Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiânia é a capital brasileira com maior alta no reajuste do aluguel
Segundo economista, o grande problema por trás da alta do IGP-M é a influência do dólar no Índice | Foto: Secom

Um levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo Zap +, que analisa dados do mercado imobiliário, aponta que Goiânia é a capital brasileira com maior alta no reajuste do aluguel desde janeiro deste ano. Com 19,55% de aumento, Goiânia lidera o ranking seguida de Florianópolis (18,6%) e Salvador (15,26%).

Conforme apresenta a pesquisa, o bairro com o maior valor médio do aluguel é o Jardim Goiás (R$ 41/m²). Em seguida, o levantamento mostra que os setores goianos com aumento mais significativo são Setor Marista (R$ 40,50 m²), Setor Bueno (R$ 26,90/m²) e Bela Vista, Setor Pedro Ludovico, Jardim Esmeralda (R$ 22,60/m²).

Já os bairros da capital que apresentaram menor valor médio do aluguel foram Setor Sudoeste, com R$ 18,8 m², Jardim América, com R$ 18,1/m², Setor Sul e Setor Central, ambos com R$ 15/m². Além disso, o Setor Oeste apresentou preço médio de R$ 21,7/m² e a Nova Suíça, R$ 21,7/m².

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De acordo com a pesquisa da Fipe em conjunto com o Zap +, nos últimos 12 meses, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) sofreu alta de 10,70%, mas especialistas da plataforma avaliam que os valores aumentaram devido à lei da oferta e da procura. 

O IGP-M é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) e visa ser uma medida abrangente do movimento de preços, englobando diferentes atividades e etapas distintas do processo produtivo. O cálculo do Índice leva em consideração a variação de preços de bens e serviços, como matérias-primas utilizadas. 

Segundo o economista Aurélio Troncoso, o grande problema por trás da alta do IGP-M é a influência do dólar no Índice. “Quando você pega a cesta de mercadoria que compõe o IGP-M tem as commodities, as matérias primas e material de construção. Quase todos os produtos importados que chegam aqui no Brasil e as matérias primas que entram estão diretamente ligados ao dólar, fazendo com que o IGP-M suba. Se o dólar está em baixa, o IGP-M acaba caindo”, afirma. 

Além disso, o levantamento utilizou como objeto de análise 3.140 anúncios de aluguéis residenciais em Goiânia, mostrando que a variação em junho deste ano foi de 0,25 pontos percentuais positivos e que o acumulado em 12 meses foi de 25,46%.

Aumento do aluguel

De acordo com Aurélio, quando o IGP-M está alto, é um fato que influencia no aluguel, uma vez que é colocado como indexador para subir o valor. “Esse aumento do IGP-M faz com que as pessoas, na hora de ajustar o aluguel, peguem o índice. Infelizmente, ele está ligado principalmente ao dólar, fazendo com que o valor do aluguel fique mais alto e impacta diretamente em tudo. Portanto, todos os contratos indexados ao índice vão utilizá-lo”, explica.

Segundo o economista, em 2020 e 2021, quando o índice estava muito alto, a maioria das imobiliárias e pessoas que tiveram que reajustar o aluguel utilizaram o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPCA), que faz parte da base de cálculo do IGP-M, mas o Geral de Preços – Mercado está em vários contratos. “O interessante no Brasil não seria utilizar qualquer tipo de índice para aumentar o aluguel, teria que ser um acordo entre quem está alugando e quem é o dono do imóvel. Eles teriam que reajustar de acordo com o próprio mercado, sem ter o indexador em contrato”. 

Alternativas

Caso o dólar diminua, o IGP-M sofre a mesma reação, mas é importante lembrar que existe a taxa Selic, que é a base para quase todos os financiamentos imobiliários. Segundo o economista, devido a alta da Selic, não é o momento ideal para fazer um financiamento de imóvel, mesmo com os altos valores de aluguel. 

“Financiar um imóvel depende muito do mercado. Aqui no Brasil é complicado quando você reduz alguma coisa, já que naturalmente prejudica outra. O financiamento hoje, caso a pessoa vá financiar qualquer coisa junto à Caixa Econômica Federal ou outros bancos para comprar uma casa própria, a taxa de juros vai estar alta”, afirma, explicando que a taxa Selic alta gera aumento na taxa de financiamento.

Segundo Aurélio, a alternativa mais viável para o momento é a negociação entre locador e locatário para redução ou aumento mínimo do valor do aluguel, ressaltando novamente que não é o momento ideal para a compra de um imóvel.  (Especial O Hoje)

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