Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Segurança Pública vai contratar 1,6 mil agentes

Após rebelião em presídio de Aparecida de Goiânia, segurança chama 1,6 mil agentes penitenciários. Nove detentos morreram e 99 estão foragidos

Postado em: 03-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Após rebelião em presídio de Aparecida de Goiânia, segurança chama 1,6 mil agentes penitenciários. Nove detentos morreram e 99 estão foragidos

Wilton Morais


Após a rebelião na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na tarde do feriado de segunda-feira, a Superintendência Executiva de Administração Penitenciaria informou que irá convocar de forma temporária por período de um ano, cerca de 1,6 mil agentes para atuarem em presídios de Goiás. A convocação dos agentes que darão apoio à segurança dos presídios deve acontecer ainda esta semana. 

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Entre as mudanças realizadas pelo Governo, para manter a ordem nos presídios, foi anunciado que o governador Marconi Perillo, deve sancionar o Projeto de Lei que cria a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, como parte da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP). Na madrugada de segunda-feira, houve rebelião de presos também no presídio de Santa Helena, no momento em que a guarda dos detentos era feita por apenas três agentes penitenciários. No caso de Santa Helena não houve mortos nem feridos grave. As mudanças estão detalhadas na página de política, do Hoje.


Decapitados 

A rebelião de segunda-feira deixou nove detentos mortos, dos quais dois foram decapitados e outros queimados. A secretaria ainda não divulgou os nomes dos detentos, devido o fato de os presos terem sido queimados e alguns até com as vísceras arrancadas. A identificação dos corpos acontece no Instituto Médico Legal (IML), que utilizará métodos diferentes em cada caso – como identificação por exame de DNA, ou impressões digitais, quando possível. Até à tarde de ontem (2), seis presos continuavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa).

De acordo com o superintendente executivo de administração penitenciaria, tenente coronel Newton Castilho, durante o motim, os detentos que estavam na ala C, do presídio invadiram as demais alas A, B, e D; iniciando o confronto. Além disso, os presos incendiaram a unidade prisional, deixando os corpos dos mortos carbonizados. 

Conforme reconheceu, o próprio superintendente o quantitativo de agente por presos “é muito pouco”, na unidade. De acordo com as normas, seria necessário um agente para cada cinco presos, mas no momento da rebelião havia no presídio apenas cinco agentes na área do semiaberto, onde estavam 768 detentos.

“A motivação foi à divergência entre a atuação no mundo do crime, e o trafico de drogas entre os presos”, disse o superintendente. “A questão de divergência de grupos independe de outros fatores; como falta de água que aconteceu na segunda-feira pontualmente”, explicou Newton.

Ao relatar o ocorrido, o tenente coronel esclareceu que após a retomada do presídio foram encontradas duas “pistolas calibre 90 milímetros e um revolver calibre 38”. Além de vários materiais cortantes, ou armas brancas.  


153 presos transferidos para outras unidades 

Durante está semana, as forças de segurança de Goiás intensificam as buscas para recapturar 99 presos que continuam foragidos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, um número maior de condenados deixou o complexo prisional durante o tumulto. Porém, alguns permaneceram próximo ao local e retornaram voluntariamente, após a retomada do presídio.

O Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, foram os responsáveis pela recuperação do espaço. Devia a quantidade de foragidos, a polícia ainda trabalha na identificação de todos os foragidos, e demais mortos.

No presídio, a segurança determinou o reparo do buraco, usando para a invasão nas demais alas. Foram transferidos 153 presos para outras unidades prisionais, com objetivo de desafogar o presídio. Além disso, a médio e longo prazo, o superintendente anunciou a reedificação de um prédio para os presos do semiaberto.


Vigilantes

Um vigilante penitenciário foi assassinado com aproximadamente 30 tiros, em Anápolis, na manhã de ontem. O vigilante havia acabado de sair do plantão, quando foi abordado e morto pelos suspeitos. Para o Sindicato dos Agentes Prisionais do Estado de Goiás o crime pode ter sido uma retaliação por parte dos detentos. Na noite do dia 1º, houve uma revista, e foram recolhidos celulares e drogas. O vigilante estudava para se tornar agente prisional, e não tinha contato com os presos.

Também no primeiro dia do ano, presos da Unidade Prisional de Santa Helena feriram um vigilante penitenciário temporário, iniciando uma rebelião com a intenção de agredir detentos rivais. O funcionário foi liberado sem ferimentos após 1h30 de negociação. Nove detentos ficaram com ferimentos. Não houve mortes. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação da editora interina de Cidades Waldineia Ladislau). 

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